Vítima de ataques racistas durante um show em Porto Alegre, Seu Jorge recebeu a jornalista Tábata Poline em sua casa, em São Paulo, para uma entrevista ao Fantástico deste domingo (23).

Seu Jorge sofreu ataques racistas durante show em Porto Alegre, na semana passada
© Reprodução / Instagram @seujorge e @arroyosecowkndSeu Jorge sofreu ataques racistas durante show em Porto Alegre, na semana passada

No papo com Tábata, Seu Jorge falousobre como o racismo ainda está presente nos dias de hoje. “Não existe justificativa para o racismo. É exatamente disso que nós estamos tratando. Estamos tratando de violência”, desabafou. “Estamos tratando de uma violência que não cabe mais no Brasil. A justificativa para o racismo não existe, assim como o racismo não deveria existir”, complementouo ator e músico.

Seu Jorge é entrevistado para o Fantástico deste domingo (23) – Foto: Globo

Ele garantiutambém que a violência sofrida não o motiva a reagir de forma agressiva: “Se estavam esperando de mim alguma truculência, alguma reação, não, não vai acontecer. Eu tenho muita coisa para fazer na minha vida e tenho muitos sonhos para o meu país e para minha gente, sabe? Volto a reiterar, somos 54% da população do Brasil, que é negra e parda, eu tenho orgulho de sermos a maioria”, comentou ele.

Na época dos fatos, um dos depoimentos mais compartilhados apontouque ele foi chamado de “vagabundo”, “safado” e foram ouvidos gritos imitando macacos durante a sua apresentação.Segundo os relatos compartilhados, os ataquesracistascomeçaram após o cantor ter levado ao palco um jovem negro para tocar cavaquinho e discursado contra a maioridade penal e os assassinatos de outros jovens negros moradores de comunidades pobres. O show, que Seu Jorge participou, foi anunciado como parte da reinauguração do Salão União, localizado na sede Alto Petrópolis, na capital do Rio Grande do Sul.