O São Paulo começou a temporada de 2022 com Rogério Ceni no comando e buscando, aos poucos, ajustar os problemas apresentados recentemente dentro de campo e retomar a “briga” por títulos, especialmente após as contratações. A equipe conseguiu liderar seu grupo no Campeonato Paulista e vai enfrentar o São Bernardo pelas quartas de final.

Foto: Reprodução/SPFCTV – Casares abriu o jogo sobre temas polêmicos no São Paulo.
Foto: Reprodução/SPFCTV – Casares abriu o jogo sobre temas polêmicos no São Paulo.

Fora de campo, porém, alguns problemas assombram o Morumbi, mas todos foram trazidos em detalhes por Julio Casares, em conversa com o”Estadão”, que durouquase 50 minutos:“Temos um crédito no mercado de R$ 150 milhões, podendo chegar a R$ 200 milhões. Nossa estimativa de receita em 2022 é de R$ 500 milhões. O déficit é de R$ 106 milhões, alto ainda, mas menor do que o anterior, que era de R$ 130 milhões”, iniciou.

“Quando assumi, tínhamos mais problemas do que a delegacia de Carapicuíba de sexta para sábado. Tive de arrumar a casa para não ser punido pela Fifa. O clube devia quase R$ 90 milhões”, disse o presidente.Depois de pagar as pendências que apertavam seu pescoço, tratou de rever o elenco, mas admitiu que errou ao realizar contratações consideradas caras aos cofres.

Foto: Fernando Alves/AGIF – Presidente admitiu erro ao contratar Daniel Alves.

Foto: Fernando Alves/AGIF – Presidente admitiu erro ao contratar Daniel Alves.

“Foi um erro trazer Daniel Alves, Juanfran e Hernanes pelo custo-benefício”, disse, sem rodeio, embora tivesse no clube um esquema de marketing para bancá-los. Além disso, Casares ainda falou sobre o fato deabrir mão de 15 atletas, refazer contratos e dar estabilidade jurídica aos atletas da base, juntamente com a decisão de demitir Crespo e trazer Ceni.

“Conheço o Rogério e Muricy há 40 anos. Sei com quem estou lidando. E nunca teve nada de o Rogério balançar no cargo. Nunca. Depois que trouxe o Muricy, a CBF já tentou contratá-lo três vezes. Ele não foi. Disse estar bem feliz no São Paulo”, salientou o dirigente, que também abordou o tema envolvendo a SAF, que vem sendo aderido no Brasil.

“Uma associação pode ser também profissional e não precisa se transformar em SAF. Não vejo o São Paulo nesse caminho, mas tenho a obrigação de entrar no assunto e preparar o clube para o futuro, comigo como presidente ou com outro”, disse. “É um dever observar as leis. Mas não vejo o São Paulo como SAF”, finalizou.