São Paulo não marca gol de falta desde maio
O São Paulo convive com uma marca incômoda que evidencia uma queda significativa em um fundamento que historicamente já rendeu títulos e craques ao clube: são 903 dias sem marcar um gol de falta. O dado, levantado pelos analistas @jpobrandao e @mabragatchelo, expõe uma lacuna técnica que contrasta com a tradição tricolor em bolas paradas. A última vez que a rede balançou em uma cobrança direta foi em 25 de maio de 2023, com Wellington Rato, contra o Puerto Cabello, pela Copa Sul-Americana.

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Nos últimos anos, o São Paulo viu o número de especialistas na arte da bola parada diminuir. Jogadores que antes eram referência nesse tipo de lance — como Rogério Ceni, Hernanes e até Reinaldo em alguns momentos — deixaram um legado difícil de ser mantido. Desde então, nenhum atleta assumiu esse protagonismo, e o aproveitamento em faltas diretas caiu drasticamente, refletindo-se nos mais de dois anos e meio sem gols desse tipo.
Comparado a outros clubes do país, o jejum tricolor chama ainda mais atenção. Equipes como Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG têm marcado com maior frequência em bolas paradas, seja pela presença de cobradores mais qualificados, seja por estratégias específicas de treinamento. Em contrapartida, o São Paulo parece ter perdido competitividade nesse fundamento, que muitas vezes decide jogos equilibrados.
Último gol de falta foi marcado por Wellington
O recorte também evidencia como o time tem buscado alternativas para ser efetivo ofensivamente. Se por um lado as bolas paradas diretas deixaram de ser arma, por outro, o São Paulo passou a depender mais de jogadas construídas, triangulações e infiltrações pelos lados. O problema é que, sem um repertório amplo, o clube acaba perdendo oportunidades de abrir o placar ou resolver partidas com uma cobrança precisa.

Wellington Rato, meio-campista do São Paulo – Foto: Abner Dourado/AGIF
Outro ponto relevante é a constante troca de treinadores e estilos de jogo. Cada técnico traz sua filosofia e prioriza fundamentos distintos nos treinos, o que pode impactar o desenvolvimento de cobradores. Desde 2023, o São Paulo passou por mudanças no comando, e a falta de continuidade pode ter contribuído para a ausência de um especialista fixo na bola parada.
São Paulo tem encontrado dificuldades para fazer gol de falta
Além disso, os números mostram que não falta apenas precisão, mas também volume de finalizações em faltas diretas. O time tem optado mais por jogadas ensaiadas, cruzamentos e passes curtos em lances de bola parada, reduzindo ainda mais as chances de um gol de falta acontecer. A estatística, portanto, não se explica apenas pela qualidade técnica, mas também pela escolha tática.
A marca de 903 dias sem gols de falta serve como alerta. Em um futebol cada vez mais competitivo e decidido em detalhes, recuperar a eficácia nas bolas paradas pode ser um diferencial importante para o São Paulo. Seja com novos especialistas, seja com mais foco no fundamento, encerrar esse jejum pode significar mais do que um gol: pode simbolizar o retorno de uma arma histórica do clube.








