A WSOP - World Series Of Poker está para o poker como a Copa do Mundo para o futebol: o ápice do esporte, a competição que todos querem jogar. Se o Mundial de futebol é para poucos, o WSOP é bem mais democrático: não precisa de convocação para jogar Texas Hold'em e outras modalidades de poker. Além disso, a WSOP acontece todo ano, enquanto a Copa do Mundo só de quatro em quatro.

WSOP é a série mais importante do poker mundial
© Getty ImagesWSOP é a série mais importante do poker mundial

Há duas formas de jogar o Mundial de Poker: uma é pagar o buy-in (taxa de inscrição), que no WSOP 2019 custou de US$ 400 nos eventos mais simples até US$ 10 mil, no aclamado Main Event. Há também eventos de poker beneficentes como o Big One for One Drop, com buy-in de US$ 1 milhão de dólares.

Por conta da pandemia da COVID-19 a estrutura e organização do WSOP 2020 foram bem diferentes: 85 eventos de poker online, com buy-ins a partir de US$ 50, o menor da história do BSOP, e apenas duas mesas finais ao vivo: uma com jogadores de várias nacionalidades e outra só com jogadores nascidos nos EUA.

Na mesa internacional venceu o argentino Damian Salas, com o brasileiro Bruno Botteon em segundo lugar. Na norte-americana, deu Joseph Hebert. Salas venceu o duelo final entre os vencedores de cada mesa levou para casa US$ 1,5 milhão.

Tá sem a grana do buy-in? Tenta os satélites

A outra maneira de entrar no WSOP é através dos torneios “satélites”, uma espécie de “atalho financeiro” para o WSOP. Os torneios-satélites têm buy-ins mais em conta e valem entradas em torneios com buy-ins mais robustos. Pode-se passar de seletiva em seletiva com centavos de dólar, ou tentar mais perto do fim do funil por algumas dezenas de dólares.  

Ou seja, não é necessário ser um jogador profissional de poker para jogar o WSOP. Basta ser maior de 21 anos e ter ou dinheiro do buy-in ou vaga conquistada nos satélites. E vale lembrar, não existe somente WSOP de Texas Hold’em, mas sim das diferentes variantes do Poker.

Fazendo dinheiro

A história do norte-americano Chris Moneymaker é o melhor exemplo de que é possível vencer o WSOP começando “de baixo”. Em 2003, o então contador Moneymaker se tornou o primeiro campeão do Main Event do WSOP vindo de um torneio-satélite online. Ele pagou US$ 86 de buy-in em um torneio do Pokerstars e ganhou US$ 2,5 milhões ao vencer o libanês Sam Farha no head’s up decisivo no Rio All-Suite Hotel & Casino Las Vegas.

Chris Moneymaker foi de um torneio-satélite à conquista do Main Event do WSOP (Getty Images)

Chris Moneymaker foi de um torneio-satélite à conquista do Main Event do WSOP (Getty Images)

Então se você pensa em investir tempo e dedicação no poker para ser o novo Chris Moneymaker e chegar ao WSOP “via satélite”, o primeiro passo é criar uma conta em um site confiável de pker online, começar com jogos e eventos gratuitos, estudar - e muito - o jogo de poker, e quem sabe, depois de milhares de mesas disputadas, conseguir uma vaga na série de torneios de poker mais famosa do planeta. 

Ou então, faça como a maioria dos jogadores que disputam o WSOP. Guarde uma quantia em dinheiro e compre sua entrada. O poker também pode ser uma diversão e deve ser divertido também. Mas também exige estudo, pois poker não depende de sorte e sem preparação, as belíssimas fichas do WSOP tendem a ficar pouco tempo em suas mãos.

Os brasileiros campeões mundiais de poker

Em 2019, último ano do WSOP presencial, o paranaense Yuri Martins e o catarinense Murilo Figueiredo foram os primeiros brasileiros campeões no WSOP em Mixed Games, torneios que combinam modalidades de poker. Yuri venceu o evento #51 $2.500 Mixed Omaha Hi/Lo 8 or Better, Seven Card Stud Hi/Lo 8 or Better. Já Murilo venceu o evento #14 jogando o HORSE, onde são jogados Texas Hold 'em, Omaha Hi Lo, Razz, Seven Card Stud, e Seven Card Stud Hi/Lo. 

Antes deles, outros quatro brasileiros conquistaram braceletes de campeão do WSOP:

Alexandre Gomes, em 2008 (vencedor do evento #48 do WSOP $2.000 no-limit Hold’em)

André Akkari, em 2011 (vencedor do evento #43 do WSOP $1,500.00 no-limit Hold’em)

Thiago Decano, em 2015  (vencedor do evento #38 do WSOP $ 3.000 no-limit Hold’em)

Roberly Felício, em 2018 (vencedor do evento 7# do WSOP: $ 565 No-limit Hold’em Colossus)

A vitória de Roberly Felício prova que no WSOP tudo pode acontecer. O empresário goiano jogava poker há apenas quatro anos quando conquistou seu bracelete do WSOP. O Heads up contra o chinês Sang Liu teve uma reviravolta emocionante, com direito à provocação e dancinha do asiático e muita comemoração do brasileiro. Vale a pena assistir: