O jogador de vôlei Douglas Souza, que atua como ponteiro da Seleção brasileira, relatou ter sido vítima de homofobia em um aeroporto na Europa, nesta quarta-feira (8),enquanto fazia ponte aérea entre Amsterdã, na Holanda, para Roma, na Itália. Ao cair da tarde, já em sua casa, na cidade de Vibo Valentia, na Itália, onde vai jogar nesta temporada, ele falou sobre a situação de maneira mais detalhada em suas redes sociais.
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“Precisamos ter voz”, pontuou Douglas Souza sobre a situação. Conforme contou, ele passou mais de seis horas aguardando liberação de um agente de segurança do aeroporto. Ele desabafou sobre a situação nas redes sociais, declarando ter sido vítima de homofobia enquanto tentava apenas se deslocar de Amsterdã para Roma.
Segundo ele, o tal agente de segurança vinha tratando-o bem enquanto ele explicava que era jogador de vôlei e estava indo para a Itália para jogar nesta próxima temporada, mas que quando relatou que estava acompanhado de seu namorado, e que tinha um documento de união estável, a expressão do agente mudou.
“Quando eu disse que era meu namorado, a fisionomia dele mudou, e ocomportamento também. Ele chamou um cara no telefone e nos levaram para um outro lugar ali do lado, onde tinham umas outras 20 pessoas. Nos largaram lá por umas seis horas sem dar nenhuma explicação. Eu até fui falar que poderia passar o telefone do clube para que explicassem a situação. Até que bateram na tecla de novo de quem era o Gabriel, e eles não entendiam o que era “namorado”, entendiam apenas “companheiro”. Comecei a perceber um certo padrão, porque das 20 pessoas que estavam com a gente, 18 eram pessoas pretas ou latinas”, disse.
Ainda conforme Douglas, eles só conseguiram ser liberados quando o aeroporto já estava fechado: “nos liberaram umas 11h da noite, quando não tinha mais voos para Roma. Ficamos jogados no chão até sete da manhã, quando era o primeiro voo para Roma. A gente se sentiu fragilizado, não tinha o que fazer contra a polícia. Se eu estivesse a turismo, tinha pedido para voltar para casa. Passei 15 horas no aeroporto, deveriam ter sido umas três. Não achei essa situação normal, foi uma situação muito constrangedora. É importante a gente falar que isso existe, é importante a gente ter voz e expor esse tipo de situação. A gente tem que lutar contra isso”, contou.