A brasileira Virna Jandiroba já tem um novo compromisso pelo UFC, a lutadora enfrentará no dia 14 de maio a americana Angela Hill, pela categoria peso-palha (52 kg). O evento que ainda não tem sede definida. A atleta concedeu uma entrevista exclusiva ao Bolavip Brasil na qual comentou como anda sua preparação para o duelo que pode ser determinante para sua trajetória na organização, e ainda falou um pouco sobre a sua evolução no esporte e na organização.
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duelo contra Angela Hill só foi divulgado na semana passada, mas Virna contou que já vinha se preparando para voltar a entrar em ação pelo Ultimate. “Na verdade, eu estava treinando, fazendo um trabalho de base esperando marcarem uma luta para mim. bviamente que é diferente o treinamento quando você tem uma adversária específica, mas enfim nesse treinamento de base eu estava fazendo fortalecimento, seguindo um cronograma, mas já partimos para a parte específica treinando já direcionado e com estratégia para Ângela Hill.”
Virna é uma especialista na luta de solo, um excelente grappling, e mais uma vez terá pela frente uma oponente muito ágil e com um bom jogo em pé, condição que não intimida a brasileira. “É uma luta muito bem casada e justa, até porque estou em 11ª no ranking ela está em 12ª, então uma luta muito justa entre duas meninas que estão ali bem próximas na categoria. E eu fico feliz de lutar com uma menina ranqueada, experiente como ela. Acho que é uma luta boa, enxergo encaixando meu jogo bem na luta com a Angela, muito embora eu saiba que ela é uma atleta muito experiente, muito dura, muito versátil, mas acredito muito que o meu jogo vai encaixar bem com o jogo dela.”, comentou a lutadora demonstrando confiança.
O duelo contra Angela Hill promete ser uma guerra, ambas são ex-campeãs do Invicta FC, e a luta poderá determinar a trajetória da lutadora na organização. Jandiroba reconhece a pedreira que terá pela frente, mas revelou que tem um desafio em comum em todas as suas lutas. “Bem eu acho que em todas as minhas lutas o desafio é sempre maior comigo mesma, são os meus enfrentamentos. Gosto muito de entrar em camp, porque isso fica mais claro para mim, é um caminho mesmo ali de enfrentamento para além da luta, porque surgem as nossas demandas, surgem as nossas limitações ou o que a gente pensa serem limitações, e é uma grande oportunidade da gente estar transpondo isso. Então acredito que é sempre esse o meu maior desafio. Mas pensando de uma forma objetiva, eu acho que ela é uma menina que se movimenta bem. Então acredito que o maior desafio é a questão da movimentação dela e é uma estratégia aí para gente estar acertando ela direitinho, enfim eu acho que esse é o maior desafio se for falar da Angela Hill.”, contou.
Aprendizado
Virna chegou ao UFC com um cartel impecável, e em sua estreia pela organização fez um belíssimo combate, porém acabou sendo derrotada Carla Esparza, na decisão da arbitragem, e após voltar ao caminho das vitórias, enfrentou outros dois reveses em seus três últimos confrontos, e mesmo diante dos resultados negativos Jandiroba demonstra bom humor, porém revelou que sentiu o peso das derrotas. “Com certeza eu senti. Eu acho que todos sentimos, na verdade, tem que sentir se não sentir tem algo estranho, a gente está conformado com aquilo, mas eu tento lidar sempre com os meus momentos de adversidade de uma forma mais leve. Enfim, tento treinar as minhas emoções através do humor e eu acredito que é o meu caminho. E uma coisa é certa, a gente vai passar por um momento de adversidade, seja na vida, ou no octógono, então a gente tem que ter também postura nesse momento, tem que saber se portar nas provas práticas.”
Foto: Arquivo Pessoal | Layze Cerqueira é uma das parceiras de treino de Virna Jandiroba
A Carcará como é também conhecida, chega para seu sétimo confronto no Ultimate de derrota para a compatriota Amanda Ribas. E a lutadora garante que chega com uma bagagem ainda maior para o duelo contra a norte-americana. “Eu acho que todas as minhas lutas somam experiência e eu penso que isso é bom. Fui identificando alguns padrões em mim, a gente vai se conhecendo e identificando e eu costumo reagir bem aos reveses, se você for olhar aí outras lutas que perdi quando voltei, eu voltei realmente mais forte, mais focada e mais decisiva. Então é isso, aprender com os erros, saber reconhecer os seus erros, ter esse conhecimento, esse enfrentamento para você tentar não repeti-lo novamente. Com certeza não só a luta com Amanda, mas todas as outras lutas, elas trazem uma bagagem de experiência muito grande para mim, é bem verdade que a gente costuma olhar mais e nos analisarmos mais na derrota do que na vitória, então pode ter certeza que estou com a bagagem boa aí”.
Trajetória
Antes de chegar ao UFC Virna enfrentou grandes desafios e um deles foi a falta de visibilidade, porém mesmo assim a atleta conseguiu se superar e construir uma trajetória vencedora passando por grandes eventos como o Fight2Night e ainda foi campeã peso palha do Invicta FC e agora a atleta é parte da atual campanha de um canal com conteúdo exclusivo de artes marciais, sendo umas das atletas escolhidas para representar o ‘Esquadrão Brasileiro’ no UFC. “Eu me sinto muito bem, muito feliz, mas não diria ainda que realizada, eu acho que eu tenho muita coisa para fazer ainda, mas me sinto muito feliz e sobretudo porque eu acho que é uma conquista, a nossa visibilidade é uma conquista. Algumas pessoas nos ajudaram a adquirir essa visibilidade lá no começo e quem acompanhou esse processo sabe que isso era um problema para a gente, digamos assim. Então sinto que tenho conquistado essa visibilidade, assim como conquistei a minha entrada no UFC, assim como conquistei a minha entrada no Invicta, no Fight2Night, então isso me deixa muito orgulhosa. A minha trajetória independente dos reveses, isso sempre vai me deixa muito orgulhosa, porque sei que cada coisa foi conquistada, nada me foi dado, nada me foi concedido, eu fui buscar e isso me deixa muito orgulhosa da minha história”, comemorou a lutadora.
Evolução
Foto: Arquivo Pessoal | Virna tem no jiu jitsu uma de suas maiores armas para vencer suas lutas
Virna começou no kung fu, se aperfeiçoou no jiu jitsu e migrou para o MMA, e em majoritariamente encerrava seus combates por finalização, mas desde que entrou para o UFC vem demonstrando uma evolução no seu jogo em pé. “Desde que comecei a treinar MMA eu treinei a parte em pé, porém eu não mostrava durante as lutas. Não dava tempo, ou enfim eu também não me sentia confiante. Eu acredito que é isso, eu não me sentia confiante ali na trocação, estava sempre buscando a minha zona de conforto que é o grappling, o chão, que costumo dizer ser a minha casa, porque realmente me sinto em casa. Mas depois que lutei com a Mackenzie foi uma virada de chave muito grande. Eu estava decidida a lutar com ela em pé e fazer três rounds em pé, então acho que aquilo ali foi uma virada de chave muito boa e eu tenho treinado bastante a parte em pé.”, contou.
Para Virna se desafiar no octógono é parte também de uma evolução pessoal. “Quero ser um atleta de MMA completa. Quero me desafiar, obviamente com muita inteligência, mas quero sim, estar me desafiando, estar me expandindo, porque eu acho o meu processo da luta e da vida eles se misturam muito. Então eu sempre penso em estar evoluindo enquanto pessoa, tecnicamente, espiritualmente, e eu penso que a luta é um veículo para isso. Eu quero estar ali dentro do octógono me experimentando, me colocando também nessa posição de quem sai da sua zona de conforto, de quem enfrenta os seus medos. Então o que treino bastante a parte em pé com a ajuda de Robenílson, de Bruno “The Talent”, de professor Renato Velame, do próprio professor Dória, passei um tempo lá treinando bastante com ele. Eu estou super aberta ao aprendizado isso é algo muito bom.”
Futuro na organização
Foto: Arquivo Pessoal | Virna espera entrar no Top 10 da organização