A ginasta norte-americana Simone Biles disse, em entrevista ao site The Cut, que sequer deveria ter ido ao Japão para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Para a atleta multicampeã, ela deveria ter desistido do esporte anos antes, quando Lary Nassar, ex-médico da seleção americana de ginástica ainda estava na mídia.

Simone Biles durante o testemunho dado no Senado dos Estados Unidos, sobre as investigações do caso Larry Nassar. (Foto: Getty Images)
Simone Biles durante o testemunho dado no Senado dos Estados Unidos, sobre as investigações do caso Larry Nassar. (Foto: Getty Images)

     

     

     

     

    “Eu deveria ter desistido muito antes de Tóquio, quando Larry Nassar estava na mídia. Eu não quis que ele tirasse tudo de mim, tudo pelo que trabalhei desde os seis anos. Então me forcei a estar nessa situação, mas meu corpo e minha mente não me deixaram ir até o fim”, disse Simone Biles ao site.

     

     

     

    Larry Nassar abusou sexualmente da ginasta e de outras atletas durante sua atuação no departamento médico da USA Gymnastics (federação de ginástica americana), e neste ano Simone e suas colegas que também foram vítimas de Nassar testemunharam num comitê do Senado dos Estados Unidos, para ajudar nas investigações do caso, que ficou sob a responsabilidade do FBI. Na ocasião, constatou-se que o abusador foi protegido e isso expôs mais mulheres e meninas ao seus abusos.

     

     

     

     

    Uma ferida que não se fecha

     

     

     

    Simone Biles apontou o abuso sofrido e a forma como as investigações foram conduzidas como um dos motivos que lhe causaram dano à saúde mental durante as Olimpíadas de Tóquio, fazendo-a desistir de participar da edição dos Jogos.

     

     

     

     

    “Como uma mulher negra, você sempre tem que ser impecável. Mas ao final do dia, de que isso importa? Se você cuidar primeiro de seu bem-estar mental, o resto vai se encaixar”, disse a ginasta americana, por fim.