Depois de ser abordado pelas atletas Naomi Osaka e Simone Biles em meio às Olimpíadas de Tóquio, o debate sobre saúde mental no esporte de alto rendimento foi reacendido de maneira trágica, após a ciclista neozelandesa Olivia Podmore ter sido encontrada morta em sua residência, nessa segunda-feira (9).
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Aos 24 anos, Olivia Podmore participou dos Jogos do Rio, em 2016, mas não havia sido selecionada para representar seu país nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Conforme foi divulgado na mídia internacional, seu companheiro Eddy Murray, campeão olímpico no remo, pontuou que Olivia passava pela mesma luta que Naomi Osaka e Simone Biles, a qual as desportistas abordaram recentemente, em meio ao grande evento esportivo — a busca por saúde mental, em meio à extrema cobrança natural do universo do esporte de alto rendimento.
“O esporte é uma saída incrível para muita gente. Uma luta muito gratificante. A sensação quando você ganha não se compara com nenhuma outra”, pontuou a atleta em post feito em suas redes sociais, horas antes de sua morte, “…mas as sensações quando perde, quando não é escolhido nem se classifica, quando se lesiona, quando não cumpre as expectativas da sociedade, como ter uma casa, casar, ter filhos, porque tentou dar tudo por seu esporte, essas sensações também são diferentes”.
A suspeita é que a atleta tenha se suicidado, mas a polícia não descarta nenhuma hipótese em suas investigações. Com a repercussão do caso, alguns ciclistas compatriotas questionaram o tratamento dado aos atletas pela federação nacional e o High Performance Sport New Zealand (HPSNZ), que rege o esporte de alto rendimento na Nova Zelândia.
O HPSNZ, por meio de sua representante Raelene Castle, lamentou a morte da atleta, conforme informações do El País, mas a porta-voz se disse frustrada diante das acusações de ciclistas depois da morte de Olivia. “Entendemos as frustrações. Quero garantir que aprendamos com isto”, disse ela. “O apoio aos atletas em nossos planos não é perfeito. O legado de Olivia tem de ser que façamos melhorias, talvez não tenhamos sido diligentes ao analisar os programas de ajuda”, pontuou Raelene.
Sobre a carreira esportiva de Olivia Podmore
Ela integrava a Seleção de ciclismo da Nova Zelândia desde 2015, foi prata no sprint por equipes e bronze na prova contra-relógio, no Mundial juvenil de pista, em Astana, no Cazaquistão. Participou dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, além do Mundial adulto de ciclismo. No Rio, sofreu uma queda na prova de keirin e levou tempo para se recuperar. Para esta edição dos Jogos Olímpicos, Olivia chegou a atingir a marca mínima necessária para classificação, mas não foi convocada pela equipe nacional.