O Qatar encerra nesta quinta-feira, com a final da Copa Árabe de Nações, seu período mais intenso de eventos esportivos desde 2022, quando sediou a Copa do Mundo. Foram três competições em sequência, o Mundial Sub-17, a Copa Árabe e a Copa Intercontinental de Clubes, sendo as duas últimas ocorrendo simultaneamente. Isso sem contar com as ligas locais, que não foram interrompidas por causa dos eventos Fifa. E mesmo com a intensa maratona, o país já faz planos para o futuro.

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O mais ambicioso deles é o de receber os Jogos Olímpicos de 2036. Cinco candidaturas já foram confirmadas: a de Santiago (Chile), a de Istambul (Turquia), a de Ahmedabad (Índia), e de uma cidade da África do Sul ainda a ser confirmada e a de Doha. A capital qatari já desponta como a favorita para ser escolhida.
A experiência bem sucedida do país na organização de eventos esportivos de grande porte pesa muito a favor. Membros do Comitê Olímpico do Qatar e autoridades do país envolvidas na candidatura afirmam que cerca de 85% de toda infraestrutura necessária para realizar o evento já está pronta, graças à Copa do Mundo de 2022. Estádios, ginásios, toda a infraestrutura relacionada a transportes, mobilidade de torcedores, tecnologia, comunicações, tudo que foi preparado para o Mundial de futebol poderá ser reaproveitado para o torneio olímpico.
Essa é a quarta candidatura de Doha para sediar os Jogos Olímpicos. A cidade tentou receber o evento em 2016, quando foi derrotada pelo Rio de Janeiro, em 2020, quando Tóquio levou a melhor, e em 2032, quando Brisbane foi a escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional. A diferença da atual candidatura em relação às outras é fundamental: é a primeira vez que pleiteia receber os Jogos Olímpicos depois de ter organizado a Copa do Mundo de 2022.
Entre tantos acertos ocorridos na Copa do Qatar, um dos pontos que recebeu críticas na época foi o referente à hospedagem. O país está posicionado como um destino turístico de alto valor agregado e durante o Mundial sofreu para oferecer quartos mais acessíveis para torcedores com um poder aquisitivo menor. Condomínios inteiros foram construídos apenas para receber torcedores. Brasileiros que ficaram hospedados neles compararam a infraestrutura com a de conjuntos habitacionais populares de bairros da periferia.
Outra alternativa foi a criação de espaços onde, na teoria, torcedores poderiam se hospedar em tendas e ter uma experiência de vida no deserto. O que houve na prática foram muitas reclamações e comparações com as habitações existentes em campos de refugiados.
No entendimento de Jassim Al-Jassim, CEO do Comitê Organizador Local, os Jogos Olímpicos possuem uma diferença em relação à Copa do Mundo que deve facilitar o trabalho do Qatar para melhorar a oferta de hospedagem, em relação ao que ocorreu três anos atrás.
“Acredito que nos Jogos Olímpicos tenhamos muitos atletas e delegações estrangeiras. Não é tão grande a presença de torcedores, como é na Copa do Mundo. Além disso, tivemos soluções na Copa do Mundo. Então vejo que isso seja um problema para o futuro. Temos uma boa estrutura à disposição para recebermos os Jogos”, afirmou.
Ainda não há uma data prevista para o começo do processo de escolha da cidade que sediará os Jogos de 2036. Havia uma obrigatoriedade de o anúncio ocorrer num prazo de sete anos antes do previsto para o começo dos jogos, mas isso foi derrubado pelo Comitê Olímpico Internacional para que as cidades escolhidas pudessem ter mais tempo para se preparar. Especula-se que o COI possa anunciar o começo do processo em 2026.








