O ex-jogador Tinga, que já trabalhou como gerente de futebol do Cruzeiro pouco depois de sua aposentadoria dos gramados, foi convidado do episódio de estreia do “Denílson Show”,podcast com Denílson e Chico Garcia, revelando bastidoresantes do bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014, juntamente como ambiente no vestiário, queestava bem longe da tranquilidade.
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“O Alexandre Mattos (diretor) era um cara de pouca experiência e tinha acabado de sair do América-MG. E a gente tinha muitos jogadores consagrados em nível nacional, todos com títulos deLibertadores,Brasileiro… Júlio Baptista, Dagoberto, Diego Souza, Everton Ribeiro… Em 2013, o Mattos, daquele jeito dele de trabalhar, traz um monte de gente e larga para o treinador 25 jogadores. No coletivo sobravam três e já era porradaria”, iniciou, completando:
“Como eu era o mais velho, os caras tinham isso de sentar para conversar comigo quando ficavam bravos. Eu como não era titular ou capitão me posicionava desse jeito. A diretoria me chamava na sala e falava ‘vamos por este caminho aqui’, e assim comecei a trabalhar com gestão ainda jogando. Nosso grupo ganhou dois brasileiros, mas teve muito problema. Quando você tem 20 jogadores bem posicionados na carreira do futebol, tudo é legal até a pré-temporada. Mas depois que separa os coletes, aí as coisas começam…”, disparou.
(Photo by Washington Alves/Getty Images) – Tinga foi jogador e dirigente do Cruzeiro.
O ex-volanteexplicoucomo que os jogadores da Raposa acabaram arrumando confusão em um local, digamos, inusitado: a sala da diretoria do clube celeste: “Já tinha falado que isso iria dar problema… Teve um jogo em Porto Alegre, eu não fui, estava machucado, mas já tinha uma agência de turismo. O Cruzeiro marcou o voo para as 5 da tarde do outro dia, quando tinha voo às 6 da manhã. Um jogador me ligou e avisou: vou pegar esse voo mais cedo e ir embora. Por conta. Quando vi já tinham nove jogadores querendo fazer isso”, contou.
“Para resumir: 12 pegaram o voo mais cedo e vieram embora. No outro dia teve discussão com quem não veio nesse voo e chamaram todo mundo para a sala da diretoria. Aí os caras se agarraram ali mesmo. E foi ali que a gente começou a ganhar o campeonato”, acrescentou.A briga, no entando, foi decisiva, porque provocou uma espécie de pacto entre os jogadores no qual o veterano teve papel importante.
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“Não é o ideal, mas sempre digo que ganhei campeonatos com times em que todos se davam bem e com quem não se dava bem. Mas nunca ganhei com meia-boca, que fala que se dá e depois fala pelas costas. Depois desse problema, o Alexandre ficou apavorado, me chamou na sala e falou: ‘você viu aquilo, porr… fod… eu montei um time para ganhar o campeonato’. E eu falei: ‘calma que nós vamos ganhar o campeonato agora’. A gente estava em quarto. Nosso time era bom, mas tinha que ajeitar as coisas”, disse.
“Descemos para treinar, aquele clima ruim pra caramba com quem veio antes e quem não veio… Passaram-se dois dias e comecei a encostar nos caras: ‘olha, não adianta abraçar fulano agora, não é hora, mas temos que nos dar bem. A gente passa mais tempo juntos aqui do que com a nossa família. Vamos resolver o problema’. E falei aquilo: já ganhei com quem se dá bem e com quem se não dá. Mas é o seguinte: quando perde e não se dá, a torcida fica sabendo e dá uma m… do caramba. Vamos resolver isso e se fechar. Os caras compraram a ideia. Nosso time virou depois disso e temos amizade até hoje”, completou Tinga.