Na última semana, Atlético Mineiro e Cruzeiram tiveram a oportunidade de ter a presença de suas torcidas no Mineirão. A ideia do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil era mostrar que o futebol poderia voltar à normalidade com os protocolos implementandos pela vigilância sanitária. No entanto, a tentativa falhou. Os testes feitos nas partidas entre Atlético-MG x River Plate-ARG, pela Libertadores, com público que o mandatário acredita ter sido superior a 18 mil pessoas, e Cruzeiro x Confiança, com pouco mais de 4 mil torcedores, pelo Brasileirão, não respeitaram os protocolos da pandemia. Até por isso a prefeitura já afirmou que não reabrirá os estádios tão cedo.

Foto: Bruno Cantini/ Atlético Mineiro
Foto: Bruno Cantini/ Atlético Mineiro

Nessa segunda-feira (23), Alexandre Kalil deu uma entrevista para falar sobre o assunto. O mandatário disse que a ideia de liberar o publico no estádio partiu do seu próprio gabinete e não da prefeitura e dos clubes de futebol. O prefeito também aproveitou a oportunidade para rebater as críticas do empresário Ricardo Guimarães que, em entrevista à Rádio Itatiaia, chegou a dizer que a prefeitura torce contra o clube, por causa do prefeito, que é torcedor de carterinha do líder do Brasileirão. Para Kalil não há nenhum ciúmes de sua parte.

“Foi uma iniciativa de Alexandre Kalil, que pediu ao comitê de enfrentamento pra dar uma oportunidade pra gente saber se dava pra voltar o futebol. Nenhum dirigente de nenhum clube de Belo Horizonte esteve via ofício, via pessoalmente, via telefonema, pedindo pensando na torcida de futebol. Então eu fico absurdado como de repente parece que nós estamos fechando unilateralmente o futebol”, destacou o prefeito.

“As torcidas e a população têm que saber que nós abrimos o futebol unilateralmente. Depois que nós decidimos que o futebol merecia uma chance, nós chamamos o clube pra colocar os protocolos, que infelizmente, deu no que deu. Não vamos aqui voltar, porque todo mundo assistiu, o Brasil todo assistiu, foi matéria nacional, foi colocado como um verdadeiro escândalo nacional, mas não vamos culpar ninguém não“, acrescentou.

“Ao presidente do Atlético, educadamente como ele foi na sua live, eu quero dizer que da Feira Hippie dependem 2.300 famílias, que ficou fechada mais de um ano. São 2.300 famílias que precisam comprar arroz, feijão e, talvez, ovo. Então a grande diferença entre agradar um público de 4 mil num jogo ou de 15, 18, 25 mil no outro é que são 2.300 famílias tentando se alimentar desesperadamente. Então, eu quero presidente, que agora o senhor faça um juízo de valor da diferença de um jogo de futebol para uma feira aonde esse pessoal morreu de fome durante tanto tempo”, concluiu.