A temporada 2021 ficará marcada no Pici como um ano em que a Jangada Atômica alçou voos inéditos e apresentou uma força capaz de colocar o Fortaleza como uma das equipes mais competitivas do ano. Tais feitos tiveram o comando de Juan Pablo Vojvoda, treinador argentino que cravou seu nome na história do clube.

Foto: Fernando Moreno/AGIF
Foto: Fernando Moreno/AGIF

Vojvoda concedeu entrevista ao Globoesporte.com, e abordou nuances do seu trabalho no Tricolor do Pici e começou expondo o que o motivou a dar continuidade em 2022: “O conhecimento do clube, das pessoas que trabalham no dia a dia dessa instituição, o conhecimento dos meus jogadores e passa também pela minha estadia no ano passado. Foi um momento muito bom e agora esse ano o desafio muito importante e é mais difícil que o ano passado. Neste ano eu compreendo a expectativa dos torcedores, expectativa da diretoria, é um desafio para mim estar à frente dessas cinco competições que o Fortaleza disputa esse ano”.

O sucesso do treinador chamou atenção e junto, a curiosidade sobre como conseguiu conquistar sintonia entre elenco e suas ideais de jogo: “Não foi mágica, foram os jogadores, encontrei um clube com muita organização, um clube comprometido com o dia a dia e fiz meu trabalho. Rapidamente os jogadores pegaram a minha ideia. Eu me adaptei aos meus jogadores e acho que esse foi o diferencial. Eu me importo com a minha ideia, não quero ter uma falsa modéstia, por minha ideia quero que minhas equipes joguem como eu quero, mas também entendo as características dos jogadores. Isso é muito importante. Encontrei uma ótima recepção dos jogadores, que estavam com fome de melhorar, e isso foi muito valioso. O mais importante de tudo no futebol é a bola e o jogador, depois tem o torcedor e o treinador. O treinador conduz e tem que saber levar o time onde pretende, mas sem jogadores é muito difícil”.

É inegável que a  ‘metodologia Vojvoda’ impactou o futebol brasileiro, com um jogo de bastante intensidade. O argentino, comentou sobre compartilhamento de ideias com outros profissionais: “Não costumo discutir, mas falo com outros treinadores, esses são muito reconhecidos, falei com Martino, mas são conversas de treinador para treinador, assim como você pode conversar com outro jornalista. Algumas pessoas podem ver isso como algo excepcional. Estive com o Tite em um voo e começamos a falar de futebol, sem ser uma coisa muito complicada. A conversa surge naturalmente. Quando falo com outros treinadores perguntam sobre Fortaleza, outros jogadores, o mundo do futebol é de contato também e isso é importante para o trabalho”.

Com o Fortaleza fazendo uma temporada de destaque, caminhando a maior parte do Brasileirão  no pelotão de cima da tabela, o mercado voltou os olhos para a possibilidade de tirar Vojvoda do Pici. O técnico revelou as sondagens: “Deixando a falsa modéstia, é normal que cheguem propostas de outros clubes quando um jogador joga bem durante um ano e um treinador tem um time como o nível do Fortaleza. Não quero apontar nomes de clubes, mas tiveram propostas, mas a melhor proposta que tive foi a do Fortaleza, por isso escolhi permanecer no Fortaleza. Marcelo Paz falou comigo antes da classificação na Libertadores, então isso provava a visão da diretoria e não apenas o momento. Esse é um diferencial, são detalhes importantes nesse mundo do futebol urgente e que olha muito o dinheiro”.