A nova realidade do Botafogo fez surgir um co-irmão europeu. Com a criação da SAF Alvinegra, o Botafogo está interligado com o Crystal Palace, clube inglês do qual o John Textor tem cerca de 40% das ações. O presidente Durcésio Mello e o ex-diretor de futebol do Bota, Eduardo Freeland, acabam de retornar de Londres, onde foram conhecer a estrutura do Crystal. Freeland está prestes a assumir a função de coordenador da base de General Saveriano e foi justamente esse nicho específico, que foi intensamente abordado durante a viagem, algo que Textor valoriza como uma de suas prioridades em seus projetos de futebol. Em entrevista ao Globoesporte.com, o futuro coordenador detalhou a empreitada realizada na terra da Rainha.

Foto: Vítor Silva/Botafogo
Foto: Vítor Silva/Botafogo

“A troca de conhecimento foi uma coisa bem importante, é importante ter esse canal aberto. Eles estão num processo de reestruturação da base, construindo alguns campos. Foi impressionante ver o projeto como um todo do Crystal Palace. A percepção de tudo que conversamos lá é que o projeto pro Botafogo é tão grande quanto. Isso motiva muito a gente com relação ao tamanho que vamos ter, de estrutura física, de troca de conhecimento e do que ele mira para o Botafogo a curto e médio prazo”, explicou Freeland.

Sobre a função de tocar a base do Glorioso, Freeland entrou em detalhes: “É uma questão que ainda estamos conversando. O John deixou muito claro que estarei diretamente vinculado a ele no projeto, às pessoas que ele está trazendo. Ele dá muito peso para as categorias de base e formação dos jogadores. Ele tem um olhar que me agrada muito, técnico do futebol, mas também do indivíduo, da formação integral do jogador. Isso me agrada muito. Estamos nestes ajustes finos, de como será a prática da minha nova função”.

A internacionalização do clube da Estrela Solitária também está em pauta, uma das projeções mais acalentadas por Textor. Freeland se empolga com a ideia, pois isso abrirá um leque vasto de intercâmbios de jogadores e profissionais entre os cariocas e outros clubes em que o americano tem investimentos - como é o caso, além do Crystal Palace, do Molenbeek, da Bélgica. No entanto, o dirigente deixou claro que o torcedor do Bota precisa segurar a ansiedade, pois tais movimentações são regulamentadas e devem acontecer de maneira gradual.

“Essa já é uma limitação para a base, mas acredito que não seja o foco. O intercâmbio vai acontecer permanentemente, mas não necessariamente para jogar competição oficial, muito mais pelo intercâmbio não só de jogadores, mas de profissionais. A tendência é que profissionais daqui vão pra lá e vice-versa. Isso tudo a ser conversado ainda, porque foi uma viagem mais para conhecer do que para entrar nesses detalhes do projeto”, expôs Freeland.