Em 2018, Emiliano Martínez foi à Copa do Mundo como torcedor e assistiu ao Mundial da Rússia das arquibancadas. Àquela época, Dibu vivia uma fase difícil na carreira, revezando entre a reserva do Arsenal e passagens por times periféricos da Inglaterra. Quatro anos depois, o goleiro fez história e foi um dos protagonistas do título da Seleção Argentina no Mundial do Catar.

Foto: Buda Mendes/Getty Images
Foto: Buda Mendes/Getty Images

Com Dibu Martinez, a Argentina voltou a ter segurança no gol após muitos anos. Para boa parte da crítica esportiva, os hermanos não tinham sua meta tão bem protegida desde Sergio Goycochea, melhor goleiro da Copa do Mundo de 1990. O curioso é que o atual camisa 23 e arqueiro titular da Albiceleste era dono de uma trajetória instável até dois anos antes da Copa do Catar.

Em julho de 2017, quando era reserva e tinha pouco espaço no Arsenal, Martínez fez uma publicação com a seguinte legenda: “Winners never quit and quitters never win (“vencedores nunca desistem e desistentes nunca ganham”, em português). Na Copa de 2018, a Argentina passou por apuros com Caballero no gol e Armani ganhou a posição até a eliminação para a França no mata-mata. Nahuel Guzmán era o outro goleiro convocado da Seleção de Jorge Sampaoli.

A virada de chave na carreira de Dibu aconteceu na temporada 2020/2021, quando o jogador chegou ao Aston Villa e teve enfim a oportunidade de atuar com mais frequência. Com Scaloni no comando da Argentina, começou a receber espaço na seleção do seu país e firmou sua titularidade especialmente na Copa América de 2021, conquistada pela Albiceleste, com vitória sobre o Brasil na final, no Maracanã.

Dibu se destacou na Copa América ao defender duas cobranças na disputa por pênaltis contra a Colômbia, nas semifinais. Na final, contra o Brasil, não foi vazado. Na Copa do Mundo disputada no Catar, foi crucial para o sucesso da Argentina no mata-mata. Fez uma grande defesa nos minutos finais das oitavas, pegou dois pênaltis na disputa contra a Holanda na semi.

Na final, a defesa histórica cara a cara com Kolo Muani sacramentou o empate e levou a decisão para os pênaltis. Dibu pegou a cobrança de Tchouaméni, segunda da equipe francesa, e foi decisivo para o título. Terminou a competição com o troféu Luva de Ouro, dado ao melhor goleiro eleito pela FIFA.

“Na final da Copa do Mundo de 2014 eu estava fazendo um churrasco para minha família. Durante a Rússia 2018, eu estava na arquibancada com meu irmão e disse a ele que estaria lá na próxima vez”, revelou Dibu. Em 2014, Martínez tinha 22 anos. Idade atual de Julián Álvarez, joia argentina que ganhou a posição de titular e se tornou peça-chave na campanha dos hermanos.