Taça levantada, fantasmas exorcizados e novos números positivos agregados a carreiras e àhistória palestrina. Agora segue, enfim, avida e ajustar o time para a campanha do Campeonato Brasileiro, que começa para o Palmeiras nesta quarta-feira (12) contra o Fluminense, no Rio de Janeiro.
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É fato que o Palmeiras foi campeão paulista em plena formação de um novo time, na construção de outra face do time que o torcedor estava acostumado a ver. Tal construção aconteceu não apenas pela retomada de atividades após 100 dias de quarentena, bem como também pelo fato da equipe perder Dudu, ponto focal de qualquer jogada de ataque e criação do Verdão há um bom tempo.
Time campeão, mas ainda em construção (Foto: César Greco)
Contudo, foi justamente no setor ofensivo e de criação que saltaram aos olhos as deficiências de conclusão e armações de jogadas. Com um setor defensivo bem definido, inclusive com claras e diversificadas opções para as laterais, o sofrimento alviverde na caminhada para o título estadual contou com um roteiro em que 7 nomes ilustram não apenas como foi o laboratório do Luxa nas partidas de reta final do Paulistão, mas também as angústias do torcedor referente a qual destino tomará o Palestra no Nacional.
Lucas Lima, Zé Rafael, Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Rony, Luiz Adriano e Willian, protagonistas do que foi a procura do setor ofensivo eficiente, e nessa busca ficaram evidentes limitações incômodas e aprimoramentos que precisam ser realizados, um misto de dúvidas e cobranças devem vir por aí. Sim, a ansiedade deve continuar e o Profexô terá que ser sagaz para filtrar o que segue e o que deve ser mudado no elenco.
As limitações incômodas ficaram evidentes nas atuações de Lucas Lima e Gustavo Scarpa. Ambos com desempenho abaixo do que suas contratações ambicionaram. A lentidão e falta de presença decisiva de LL e a falta de fundamento de Scarpa ao arrematar para o golou articulação de uma jogada objetiva devem ser avaliadas.
Gustavo Scarpa e Lucas Lima chegaram no Palestra bastante acreditados. Passa o tempo e a confiança nos dois se esvai (Foto: César Greco)
Em muitos momentos, o Palmeiras parou nesses dois nomes, tudo que se criava parecia ter o destino de morrer no pé dessa dupla de meias. A maneira como os pênaltis foram batidos na decisão de sábado (08) traduz bem o quanto estão deixando a desejar.
Willian e Raphael Veiga demonstraram vontade nessa fase final. O Bigode se mostra fundamental no time do Palmeiras, terminou o Campeonato Paulista como vice-artilheiro da competição, deu 22 passes decisivos no campeonato, porémmuitas vezes some no jogo e padece de objetividade no constante giro entre os lados do campo. Veiga apresentou evolução quando utilizado, no entantoprecisa protagonizar mais lances ofensivos.
Ambos são peças fundamentais para que o ataque seja bem abastecido. Entre as obviedades pinçadas nos últimos jogos está o fato de que sem qualidade na criação vinda dos meias, Luiz Adriano e Rony ficaram àmingua lá na frente, justamente pelas características que apresentam.
Os dois atacantes já deram mostras de que se a bola chegar são capazes de fazer a diferença nas finalizações. Rony, conferindo velocidade agressiva rumo ao gol, Luiz Adriano tanto na troca de passes com o setor de ligação ao buscar o jogo à frente da linha de zagueiros, quanto no papel de matador.
A bola precisa chegar mais em Luiz Adriano (Foto: César Greco)
Os 75 duelos de bola vencidos e os 28 desarmes que Zé Rafael cravou no Paulistão o promovem como o cão de guarda de Luxa. Trata-se do jogador número 1 nos dois dados citados. Seu confronto com Fagner, o tinhoso, durante as finais foi impecável. Mas também é fato que precisa melhorar a qualidade do passe, afinal é elemento fundamental para auxiliar o ataque e fazer a conexão com o trio Ramires, Gabriel Menino e Patrick de Paula.
A base vem aí, ecoam todos os palestrinos como um mantra encontrado após anos de desejos por jovens revelações de pura origem esmeraldina. Entretanto, para a formação de um elenco vencedor, com força de aguentar uma competição extensa como o Brasileirão, é preciso dirigir cobranças e extrair respostas de jogadores que estão na cota teórica de diferenciados.
Há tempos, o Palmeiras é classificado como um dos melhores e mais bem pagos planteis do país. Da teoria à pratica, o momento é de aproveitar o ambiente de campeão para ajustes (E QUE MOMENTO). O título trouxe paz para iniciar uma nova jornada, mas o tempo se afunila com impressões e definições resultantes do desempenho de cada jogador na fase decisiva do Paulistã0. Otempo de testes se esgota se quisermos ter um time sólido. Da tática a prática, é com você Luxa!