Depois de ter sido vítima de ofensas por um membro da diretoria do Brusque durante jogo entre Londrina e Brusque na Série B do Campeonato Brasileiro.O meia Celsinho, do Londrina, desabafou em entrevista coletiva nesta terça-feira (31) após sofrer o terceiro caso de racismo no ano.
A princípio, o jogador agradeceu as diversas mensagens de apoio que recebeu desde o episódio, ressaltando queo caso de racismo “não pode ficar camuflado”:É muito desconfortante em um curto prazo passar por uma situação três vezes, por três vezes ter que dar satisfações para minha família, meus filhos, minha esposa, amigos. Ter que responder o porquê meu cabelo incomoda tanto.”
O caso aconteceu no sábado. Celsinho chamou o quarto árbitro no intervalo do jogo e apontou a pessoa que estava na arquibancada e que proferiu ofensas racistas.Na súmula do jogo, a arbitragem relatou que o jogador do Londrina “informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: “vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”.
Celsinho também respondeu a uma nota emitida pelo Brusque no domingo (29), onde o clube de Santa Catarina negou qualquer ato de racismo e afirmou que o jogador fez falsa imputação de crime. “Eles têm a consciência de que erraram muito em relação à primeira nota. Dizem que eu tenho três vezes esse caso, como se eu fosse para o estádio para que me ofendessem e me xingassem. Eles tiveram que soltar uma segunda nota com pedido de desculpa, mas isso não muda o constrangimento, a dor, a decepção que passei pelas palavras ditas naquele jogo.”
Celsinho já tinha sido alvo defalas racistas anteriormente, durante as partidascontra o Goiáse, uma semana depois,contra o Remo, ambos em julho. Nos dois casos, as ofensas partiram de profissionais de rádio durante as transmissões das partidas.Celsinho devetomar medidas nas esferas criminal, cível e desportivasobre o que ocorreu na partida contra o Brusque.“Com o clube e com meus advogados, vamos tomar todas as providências para que isso não fique impune”, disse o jogador.
