A lua de mel entre Jorge Sampaoli e Atlético acabou há algum tempo. Após chegar ao clube em março do ano passado e reformular a equipe, com 11 reforços, o argentino conseguiu o título mineiro – seu primeiro em solo brasileiro. Mas o feito estava longe de satisfazer a exigente alta cúpula do Galo. No Campeonato Brasileiro, maior objetivo do clube, a equipe esteve na liderança em boa parte da tabela, mas decepcionou exatamente na reta final, tendo que se contentar apenas com a vaga na Libertadores.

Foto: Flickr Oficial Atlético / Bruno Cantini
Foto: Flickr Oficial Atlético / Bruno Cantini

Para completar, Sampaoli está de malas prontas – ao menos, é o que se tem apurado com fontes ligadas ao clube e ao staff do técnico – para a Europa, provavelmente vai assumir o Olympique de Marselha, após a saída de André Villas-Boas. E olha que o chamado “4R” atendeu a mais desejos do técnico, trazendo Hulk e Nacho Fernández, contratações consideradas elevadas para o padrão nacional.

E agora, o que vai acontecer com o planejamento do Galo sem Sampaoli? Já se procura um substituto no mercado. Renato Gaúcho é o favorito de Sérgio Coelho e Rodrigo Caetano, mas o Atlético terá que esperar a final da Copa do Brasil – em que o Grêmio encara o Palmeiras – para entender a situação. Até lá, vários nomes que não vinham com prestígio no elenco com o argentino podem ter uma sobrevida no clube.

Diego Tardelli é um desses casos e, segundo a reportagem, já há um plano de extensão de contrato para o camisa 9 até o final do Mineiro. Outro caso emblemático é o do volante Léo Sena. O meio-campista fez uma temporada 2019 muito boa pelo Goiás e foi assediado por vários clubes brasileiros e do exterior.

Atlético teve que pagar mais de R$ 4 milhões para trazer Léo Sena por indicação de Sampaoli (Foto: Flickr Oficial Atlético / Bruno Cantini)

Atlético teve que pagar mais de R$ 4 milhões para trazer Léo Sena por indicação de Sampaoli (Foto: Flickr Oficial Atlético / Bruno Cantini)

Em rota final noEsmeraldino, Léo tinha um pré-contrato com o Galo em que receberia luvas quando desembarcasse em BH. Sampaoli não gostou e exigiu que o clube trouxesse o volante de imediato – conclusão: o Galo teve que pagar R$ 4 milhões por 80% do jogador, que estava a poucos dias de ficar livre no mercado e sair de graça.

O que irritou demais a alta cúpula foi que, com pouco tempo de convivência, Sampaoli voltou atrás. Não vinha escalando Léo nos treinos – que foi parar numa espécie de terceiro time. Só foram três partidas pelo Atlético (somente 53 minutos em campo), todos entrando como reserva. O então diretor de futebol Alexandre Mattos, em várias ocasiões, deixou claro que o argentino deu aval para a contratação do volante – um dos primeiros nomes indicados quando foi contratado. “(Léo Sena) 100% foi indicação dele (Sampaoli)”, disse em entrevistas recentes.

Agora segundo o colega Lucas Tanaka, que cobre o dia a dia do Atlético, há chances de Léo Sena ganhar oportunidades com um novo técnico a partir da próxima temporada. O volante está cedido por empréstimo ao Spezia Cálcio, da Itália, até junho e os europeus têm que desembolsar 2,5 milhões de euros (R$ 16,3 milhões na cotação atual) em caso de ficar com os 80% do meio-campista. Ele tem vínculo no Atlético até 2025.