Em seus últimos dias no cargo, Marcelo Medeiros dará lugar para Alexandre Barcellos como presidente do Internacional. Em seus anos à frente do clube, conviveu com inúmeras situações, incluindo a saída de Eduardo Coudet, lamentada por muitos até os dias de hoje. Sobre o assunto, em entrevista para o GloboEsporte.com, abriu o jogo sobre uma possível mágoa com o gringo.

Coudet deixou o Inter para fechar com o Celta de Vigo - Foto: Getty Images.
Coudet deixou o Inter para fechar com o Celta de Vigo - Foto: Getty Images.

 

 

 

"Eu acho que a gente fez o melhor que a gente podia. Era um projeto de longo prazo, de dois anos, que vinha no crescente. Eu não sei se foi um cenário político que se avizinhava de uma maneira conturbada. Eu não sei se o treinador viu que aquele grupo da forma que ele gostava de jogar tinha batido no teto, ou se foi uma oportunidade que ele encontrou de ir para o mercado espanhol. A decisão é dele. Não estava no nosso alcance segurar a presença do Coudet em Porto Alegre", salientou o ex-mandatário, citando, inclusive, a participação do argentino em programa de TV.

 

 

"O curioso é que duas semanas antes, ele esteve no Bem, Amigos, deu uma entrevista por quase uma hora e 20 minutos e encantou a todo mundo com simpatia, conhecimento de futebol brasileiro. Mas principalmente pelo seu ambiente no clube e pela sua relação com Rodrigo Caetano (executivo). Então essas teorias conspiratórias de que houve desentendimento no vestiário não têm lógica. Tanto não têm lógica que seus auxiliares não sabiam que ele tinha a intenção de deixar o Inter", completou, trazendo detalhes e explicando a questão da "falta de respaldo", citada por alguns quando se tratava da opção do gringo em partir para a Espanha.

 

 

"(Risos). Posso tirar a máscara para rir? O Coudet chegou, me pediu um jogador que trabalhava com ele (Musto), esse jogador veio. Nós perdemos ao longo do ano três atletas importantíssimos (Guerrero, Boschilia e Saravia). Veio o Abel (Hernández). Ele (Coudet) mostrou imagens do Leandro Fernández, que veio. Nós entendemos que a equação que fizemos com a saída do Pottker e a vinda do Mauricio é importante para o futuro do clube. Entendemos que o Yuri Alberto seria um jogador importante para o presente e principalmente para o futuro do clube", disse, salientando sobre algumas opções pedidas pelo argentino.

 

 

"O Coudet queria muito um zagueiro argentino. E nós entendíamos que o Rodrigo Moledo estando no grupo tinha que jogar. O respaldo vai até o limite de quem tem a hierarquia do clube. Se eu tenho um atleta como o zagueiro que temos, eu não vou contratar outro. Ele pediu o Lucas Ribeiro. E ele não botava o menino para jogar. Então, não pode ficar empilhando jogador a cada tropeço e botar a culpa na direção porque não tem respaldo. Acho que ele foi respaldado. Não tem mágoa nenhuma por ele ter ido trabalhar na Espanha", finalizou.