Não será dessa vez que o Vasco da Gama estará novamente na elite do futebol brasileiro em 2022. Após cair em 2022, o Cruz-Maltino não conseguiu retornar de volta imediata para Série A do brasileirão. E na visão da diretoria a culpa foi do ex-diretor de futebol Alexandre Pássaro, que não montou um elenco competitivo além de constantes trocas de técnico. Porém, nesta quinta-feira (16), o profissional alegou que embora os cariocas sejam gigantes e tenha sido uma honra ter trabalhado no clube, a política acaba fazendo com que a instituição fique para trás.

Foto: Rafael Ribeiro/ Vasco
Foto: Rafael Ribeiro/ Vasco

“O dia que tiver neto ou um bisneto, contarei para eles o prazer e a honra que foi trabalhar no Vasco da Gama. Uma coisa gigantesca, que levo no coração como uma das maiores alegrias da minha vida. Mas quando eu cheguei, assim como foi com (André) Mazzuco, (Paulo) Pelaipe, e com Newton Drummond (todos ex-executivos do Vasco), você encontra uma realidade…. Uma realidade que o Jorge Salgado tenta mudar um comportamento, um cenário e uma política em que você encontra muitas barreiras que não te deixam caminhar limpo e sozinho. Você gasta energia e tempo quebrando essas barreiras desnecessárias, barreiras ao próprio clube. É muito difícil”, lamentou Pássaro, que contou porque acabou pedindo demissão.

“Quanto matematicamente se confirmou que o Vasco não conseguiria o acesso, chamei o presidente e disse que iria sair. Mas talvez tenha me custado um pouco o ambiente da política do Vasco. Eu não faço questão nenhuma de participar desse tipo de mundo. Não é o meu mundo. Todos nós aqui somos profissionais. Educação com todos é uma coisa básica. A questão de fazer vista grossa para eventuais prejuízos do clube em nome de um conselheiro ou de um vice presidente, eu não engulo”, frisou o dirigente.

Alexandre Pássaro revela porque deixou o Vasco. Foto: Divulgação/ Vasco

Alexandre Pássaro revela porque deixou o Vasco. Foto: Divulgação/ Vasco

No fim do bate-papo, Pássaro afirmou que tentou fazer de tudo para não deixar a política afetar o futebol, mas alegou que todo seu esforço não foi suficiente. “Embora eu soubesse de todo barulho externo, eu pude trabalhar com as minhas convicções, com a minha equipe, com meus atletas. Todos que estavam dentro do projeto sabem o tanto que blindamos a estrutura. Acabou não sendo suficiente, também por erros que cometi. Mas toda essa barulheira e desejo de protagonismo e poder… Esse amor dessas pessoas vira desejo de poder. Foi uma coisa que vejo com prejudicial!”, criticou Pássaro, que preferiu não citar nomes.