Depois que Pelé eternizou o legado da camisa 10, nunca mais na história do futebol, números atrás das camisas foram singelos símbolos para identificar meias e atacantes. Assumir  as responsabilidades de vestir uma camisa de peso, sempre tem um um “ar” de compromisso e, até risco, por parte daqueles que chegam para substituir o que foi feito pelo antecessor. Com a camisa 7 do Real Madrid não é diferente.

Foto: Angel Martinez/Getty Images
Foto: Angel Martinez/Getty Images

É como vestir a 10 de Pelé, a 8 de Sócrates, a 9 de Fenômeno ou a 11 de Neymar. No geral, ainda que faça a mesma função destas lendas do esporte, nenhum atleta em sã consciência ousa assumir uma nova história com estes números, em clubes em que estes algarismos já têm marca registrada.

Nos últimos dias, um exemplo nítido de respeito à memória de um ídolo aconteceu com o ponta-esquerda Vinicius José Paixão de Oliveira Junior. Também conhecido como Vini Jr., o jovem de apenas 22 anos tem se esforçado para ser um dos principais jogadores da história merengue. Nas últimas duas temporadas, o jogador teve uma crescente absurda, sendo a peça mais decisiva e importante para o ataque do Real Madrid. 

 

Ainda que tenha feito por merecer a lendária camisa 7 merengue, Vini reconheceu que no Real, o 7 tem peso 10.  Numa tentativa de resguardar o prestígio de Cristiano Ronaldo e Raúl, dois dos maiores artilheiros da história madridista, o atacante brasileiro fez questão de recusar uma recente proposta do Clube pela alteração de seu número. Identificado com a 20 ou a 11 do Real, o ex-atleta do Flamengo, decidiu não investir com a 7 nesta temporada.

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Foto: Laurence Griffiths/Getty Images

Vale ressaltar que até Cristiano Ronaldo quando chegou ao principal clube de Madrid teve que ceder a camisa 7. Isso porque ela já tinha dono: Raúl González Blanco. O craque português era o CR9.  Ao todo, Cristiano tem 451 gols pelo Real, enquanto Raúl fica na segunda posição de artilharia, com 323 tentos marcados.