A despedida do ídolo máximo do Vasco da Gama, Roberto Dinamite, comoveu o cenário do futebol nacional. Dinamite sempre será um goleador icônico, a identificação do jogador com a Colina é uma das mais marcantes entre os Clubes do Brasil e, ao lado de Zico, sua imagem personificou a cultura carioca nos 70 e 80.
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Zico, ídolo e referência do rival, foi dar o seu adeus a Dinamite e, muito emocionado, reverenciou Roberto, que eram mais que um adversário, já que ambos construíram uma relação de amizade. Durante o velório, o ex-jogador expôs uma lembrança que vivenciou em duelo contra o ídolo vascaíno:
“Sem dúvida, o “Jogo da chuva”. Aquele jogo em que o pessoal (do Flamengo) já estava quase comemorando, eles (Vasco) jogaram a bola lá para o alto, ele (Roberto Dinamite) cabeceou, ela bateu na defesa, voltou para ele e ele fez o gol. Obrigou a gente a mais um jogo… aquele jogo da chuva é inesquecível, e olha que é uma derrota que eu tive. Mas foi um momento difícil de você acreditar que pudesse acontecer alguma coisa naquele jogo. Mas, com Roberto em campo, tudo pode acontecer”, cravou Zico, detalhando a partida da final do Carioca de 1981, quando Dinamite marcou aos 43 minutos do segundo tempo e provocou a terceira partida.
O último momento ao lado de Roberto Dinamite também foi exposto pelo Galinho, que confessou sua preocupação nas últimas mensagens que trocou com o ícone Cruz-Maltino: “No dia do primeiro jogo da Seleção, nós estivemos juntos e ele estava muito cansado das cirurgias e da fisioterapia. Só com a saúde que ele tinha para aguentar. Ele foi até onde dava. Foi um guerreiro dentro de campo e na vida. Lutou até o último minuto para tentar estar ao lado da família e dos amigos. Chega um momento que cansa. Eu tinha mandado uma mensagem para ele antes do Jogo das Estrelas e, quando respondeu, já me deixou preocupado. Mas respondeu”, concluiu Zico.
O ex-zagueiro e atual gerente de futebol do Flamengo, Juan, também esteve presente no velório e comentou sobre a relação entre Zico e Dinamite. O ex-jogador relembrou quando era torcedor do Rubro-Negro e sentia o peso de Roberto Dinamite: “Lamentamos muito. O Roberto era um cara que, nos meus tempos de moleque, era sempre rival, mas ele transcende a rivalidade. Ele e o Zico nunca deixaram essa rivalidade sair do gramado. Um craque, representou a seleção também. Posso dizer que foi um ídolo da nossa seleção. Lamentamos muito. Vim para dar um abraço nos familiares. Ele não era centroavante e não era 10. Estava no meio ali, fazia as duas funções muito bem. Lembro bem dos meus tempos de Maracanã, sempre que tinha uma falta era uma agonia. Era aquele jogador que torcíamos contra para não prejudicar o nosso time. Acima de tudo, depois, conhecendo a pessoa, a essência, o ser humano Roberto é admirado por todos”.