Após três partidas de experimentos que derivaram na certeza incômoda de que o meio de campo e o ataque não se conectam como deveriam, o Palmeiras sobe ao gramado neste domingo (02) para a partida de semifinal do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta. O jogo será realizado às 19h (horário de Brasília), no Allianz Parque, obviamente sem público de acordo com as diretrizes sanitárias no combate à Covid-19.

O que esperar do laboratório do Professor Luxemburgo na semifinal de domingo
O que esperar do laboratório do Professor Luxemburgo na semifinal de domingo

O grande desafio do Palestra é fazer com que os altos índices de posse de bola se transformem em real perigo de ataque ao adversário. A maneira quase que total que o Palmeiras deteve a bola nas partidas anteriores, na realidade, é um tanto ilusória, pois não se trata de uma tática pensada para encurralar o adversário e dar o bote preciso em determinado momento. Não... a troca de passes e o time compactado no campo adversário não surte o efeito do gol.

O Palmeiras precisa de um armador que crie, o carrossel descoordenado com o trio de meias se não primou pela objetividade, ao menos, serviu para observar quem dentro das limitações descobertas está mais concentrado e capaz de dar liga coletiva ao Alviverde.

Nessa linha, apontam como prováveis caminhos a utilização de Gabriel Menino e Ramires contra a Ponte. Embora ainda longe do ideal, a dupla apresenta mais funcionalidade. Menino apoiando o giro de Willian e, muitas vezes, munindo os atacantes mostrou-se o antídoto perfeito para a apatia de Bruno Henrique, que parece jogar de calça jeans molhada. E, é claro, com Ramires mais presente na área adversária e comprometido com o setor da meia cancha. A dupla é, de longe, uma opção melhor que Zé Rafael e Bruno Henrique. 

Em tal setor, Patrick de Paula desponta como o nome certo para a cabeça de área. Vigor e a evolução no aprimoramento marcam a revelação palestrina nessa volta pós-quarentena. No confronto contra o Santo André acertou 59 de 69 passes tentados, percebe-se que a bola sistematicamente passa por Patrick.

A cartada de avançar Felipe Melo como volante, seu antigo ofício, agrada. Contra o Santo André foi alternativa para o time sair do carrossel inócuo. O capitão foi um ponto positivo nas quartas de final, de 13 bolas longas acertou 10. Que contemos com suas bolas longas partindo depois do meio de campo. 

Mas o que preocupa a palestrinidade é o que fazer com Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Rony. Seria interessante sacar Rony e iniciar com Gustavo Scarpa, já que o atacante se mostra perdido em campo. Sua inoperância pode dar lugar a Scarpa, que se na última partida foi discreto, ao menos mostrou um jogo propositivo. Merece mais a vaga que Lucas Lima. Inúmeras chances, mudanças de planos e confiança depositada parecem não ser o bastante para o camisa 20 brilhar.   

O Profexô  foi sincero em sua entrevista ao final do jogo contra o Santo André. De maneira transparente, ele afirmou que time ideal é uma utopia, por isso testa as peças à procura de um padrão de jogo. Nas palavras do treinador: “A proposta do Palmeiras é essa, a de tentar recuperar alguns jogadores que estão desgastados, trabalhar com esse elenco”. 

São compreensíveis os experimentos de Vanderlei Luxemburgo, afinal, há de se buscar a melhor maneira de aproveitar o elenco que tem disponível. Rony e Lucas Lima devem perder a vaga, pois parecem não encaixar no momento.

E para acreditar no “pojeto” após o laboratório de Luxa, a coluna sapeca o seguinte pitaco para a semifinal contra a Ponte Preta:

Weverton, Marcos Rocha, Felipe Melo, Gustavo Gómez e Diogo Barbosa; Gabriel Menino, Patrick de Paula e Ramires, Gustavo Scarpa; Willian, Luiz Adriano.