No último sábado (21), durante uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), os sócios do Vitória decidiram pela destituição de Paulo Carneiro, que já estava afastado do cargo de presidente do cube desde setembro de 2021. O agora ex-presidente se envolveu em uma série de imbróglios até finalmente deixar o cargo em definitivo. Um especial do portal GE denominado “Inimigo Íntimo”, trouxe à tona os acontecimentos que culminaram na destituição de Paulo Carneiro. Em um dos trechos, o presidente do Conselho Fiscal do Leão, revelou ao portal que haviam “informações obscuras” na Toca do Leão. Inclusive foi Jailson quem denunciou no início do ano passado ter tido dificuldade em realizar a fiscalização.
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“Ele omitia algumas informações, e você tinha a necessidade de acreditar no ser humano. Em 2020, as coisas começaram a aparecer, e começaram a ter alguns embates entre o presidente e a minha pessoa. Em 2020, foram identificados alguns contratos que não estavam à disposição do Conselho Fiscal. O que aconteceu após isso, ao descobrir que existia muita informação obscura no clube, levei a situação para o Conselho Deliberativo, Fábio Mota”, afirma Jailson Reis ao GE.
Apesar das acusações, Paulo Carneiro sempre sustentou sua inocência. “Estes senhores estiveram no clube, e foi mostrado para eles, primeiro, três ou quatro pastas de e-mails respondendo aos constantes, incessantes e repetitivos, cansativos, e-mails do presidente do Conselho Fiscal me perguntando a mesma coisa. Semanalmente, ele me perguntava a mesma coisa. E eu, para não deixar sem resposta, o Conselho Diretor respondia. Entregamos a eles, Comissão Especial Processante, quatro pastas. Quem quer esconder as contas não responde quatro pastas de e-mails”, disse Paulo Carneiro, em outubro de 2021 ao GE.
Apesar das tentativas de se defender das acusações, a situação de Paulo Carneiro foi se complicando e em maio o Conselho Deliberativo do clube, que na época era comandado por Fábio Mota, aprovou a formação de uma comissão para investigar a gestão. Em setembro, foi apresentado um relatório no qual apontava sinais de má administração e também a recomendação para o afastamento do então presidente. Entre os problemas a ausência do contrato com a empresa Magnum, que recebeu quase R$ 3,6 milhões do clube.
“A Magnum, ele pega um empréstimo junto a essa empresa de R$ 3 milhões. Só que, aí, ele contabiliza a compra de Jordy Caicedo [equatoriano que jogou no clube entre 2019 e 2020] por um valor bem inferior. Depois de apurar tudo, ficou claro que esse valor foi para comprar Jordy Caicedo e não equacionar o problema do Vitória. Na venda de Diego Rosa [jogador formado no Vitória e vendido pelo Grêmio ao Grupo City], ele utilizou parte desse pagamento para quitar. Isso quando o clube estava com salários atrasados. Sobre adiantamento, ele recebia do Vitória sem estar na folha. Quando notifiquei pela primeira vez, pedi que não recebesse o salário durante um período para amortizar tudo que tinha pego do clube. E a resposta que ele deu foi que ele era presidente e deveria fazer o que deve”, relembrou Jailson Reis.