Paulo Carneiro foi destituído do cargo de presidente do Vitória no último sábado (21). Durante uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), os sócios do Vitória decidiram pela destituição do, agora, ex-presidente, que já estava afastado do cargo desde setembro de 2021. A decisão ocorreu após Paulo Carneiro se envolver em uma série de imbróglios até finalmente deixar o cargo em definitivo. Um especial do portal GE denominado “Inimigo Íntimo”, trouxe à tona os acontecimentos que culminaram na destituição de Paulo Carneiro.
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Entre as acusações feitas contra o ex-presidente estavam a existência de informações obscuras. Situação que foi relatada pelo presidente do Conselho Jailson Reis, que denunciou em abril de 2021 ter dificuldades no processo de fiscalização. Apesar das acusações, Paulo Carneiro sempre sustentou sua inocência. “Estes senhores estiveram no clube, e foi mostrado para eles, primeiro, três ou quatro pastas de e-mails respondendo aos constantes, incessantes e repetitivos, cansativos, e-mails do presidente do Conselho Fiscal me perguntando a mesma coisa. Semanalmente, ele me perguntava a mesma coisa. E eu, para não deixar sem resposta, o Conselho Diretor respondia. Entregamos a eles, Comissão Especial Processante, quatro pastas. Quem quer esconder as contas não responde quatro pastas de e-mails”, disse Paulo Carneiro, em outubro de 2021 ao GE.
Mesmo tentando reforçar sua inocência, em setembro do ano passado foi apresentado pela Comissão responsável por investigar à gestão de Paulo Carneiro um relatório que revelou má administração do então presidente, incluindo a ausência de informações sobre um do contrato com a empresa Magnum, que recebeu quase R$ 3,6 milhões do clube. Mais uma vez Paulo Carneiro se defendeu das acusações. Ao podcast “Segue o Baba”, Paulo Carneiro negou ter cometido irregularidades. “Na hora, foi um investimento que a Magnum fez em relação a alguns atletas do clube. Ninguém bota dinheiro para não ganhar dinheiro. E ganhou, como contrapartida, percentuais de vendas futuras de atletas. Normal”, explicou Carneiro.
O relatório que pedia o afastamento de Paulo Carneiro ainda revelou que o dirigente havia antecipado seus salários durante a pandemia, enquanto os jogadores e funcionários recebiam com atraso. Informação que também foi negada. “Mentira. Mentira. Essa história de antecipação de salário é o seguinte. Eu tive uma reunião com eles, alguns vão confirmar; outros, não. Fiz um acordo com eles, eu precisava ser remunerado, todo presidente do Vitória SA, além de mim, foi remunerado. Eu disse para eles que precisava ser remunerado, e acertaram comigo uma remuneração. E eu preparei a ata de reunião dessa remuneração. Tudo legal. E eu fui solapado pelo meu ex-diretor jurídico, em quem eu confiei, não olhei a ata toda da reunião, ele mudou a ata sem falar comigo, eu tenho provas, e transformou esse meu adiantamento numa coisa ilegal para me prejudicar”, disse.
Afastado do cargo e agora destituído, Paulo Carneiro se diz vítima de um golpe. “Estão reduzindo o mandato do presidente eleito por uma questão política, absurda, de denúncias vazias. Surgindo a figura do nosso presidente do Conselho Deliberativo, um dos grandes causadores de toda essa crise do Vitória, a partir de nossa saída no dia 2 de setembro, quando o clube estava administrado, governado, equilibrado, com salários dos atletas em dia, com salário dos funcionários em dia e seis partidas invictas no início do segundo turno. Portanto, cabe a esses algozes, a esses golpistas, a responsabilidade por esse desastre administrativo e institucional que está acontecendo na vida do clube”, afirmou.