Em 2019, Jorge Jesus comandou o melhor Flamengo dos últimos 35 anos. Sem exagero, já que o time comandado pelo português conquistou nada menos que Libertadores e Campeonato Brasileiro, além da Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-Americana da temporada seguinte, também sob o comando do “Mister”. Eis que aquele Mengão deu liga com Gerson, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.
Era tanta força do meio para frente que ninguém chegou perto de parar o bonde do Mengão. Por isso, nomes revelados na Gávea acabaram preteridos por Jesus. Ou continuaram no Sub-20, ou viraram reservas de luxo do supertime de cima ou acabaram emprestados para ganhar rodagem. Caso de Yuri César, hoje noAl Ahli Shabab, de Dubai.
Aos 20 anos, o atacante acabou emprestado ao Fortaleza de Rogério Ceni na última temporada e se destacou. Quando o treinador assumiu o Mengão, ao término de 2020, indicou o ponta para retornar, só que a incerteza de permanência do técnico, que ainda lida com críticas dentro e fora do clube, fez Yuri tomar a decisão de tentar a sorte do outro lado do mundo.
Nesta quinta-feira (06), o garoto do Ninho concedeu entrevista exclusiva ao colega Jorge Natan, do GloboEsporte.com, em que conta mais detalhes de sua passagem discreta pelo profissional do Flamengo. Em certo trecho, Yuri deixou claro que Jesus não tinha o costume de olhar para a base rubro-negra, considerada uma das que mais revela – exemplos são Vinícius Júnior, Reinier, Lucas Paquetá, entre outros.
“Conversei muito com meu empresário sobre isso, falei que muita coisa poderia acontecer no Flamengo. O Rogério estava lá, mas naquela fase de não emplacar muitas vitórias. Seria complicado se eu chegasse, e fosse um treinador que não gostasse da base. Assim como em 2020, quando fui emprestado, e o treinador (Jorge Jesus) não era tão chegado nos garotos da base. Falei isso, e que a questão financeira ia ajudar muito também. Botei esses casos na balança para poder decidir”,explica Yuri.
A instabilidade de Ceni, especialmente após as eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil, fizeram Yuri cogitar em demissão do técnico do Mengão. A partir daí, foi tomada a decisão para embarcar ao Oriente Médio. Entretanto o comandante conseguiu ainda o título brasileiro e o troféu da Supercopa do Brasil e apostando em jovens da base, como João Gomes, Matheuzinho, Pepê, entre outros.
O atacante lamenta por esse lado, pois poderia estar recebendo chances do ex-comandante. “Para mim foi difícil. Eu vi que quando ele (Ceni) foi para lá, colocando os moleques da minha idade, com quem eu joguei. Para mim estava sendo difícil, porque eu estava doido para acabar a temporada e voltar. Mas foram acontecendo as eliminações e fiquei com pé atrás”, confessou Yuri, que já conquistou um título nos Emirados: a Copa do Golfo Árabe.
