Há cinco anos, o mundo chorava pelo acidente aéreo da Chapecoense, que iria em campo, atrás de seu primeiro título internacional. O modesto time do Sul do país iria enfrentar o Atlético Nacional de Medellín, quando a caminho da Colômbia, o voo 2933 deLaMia caiu e tirou a vida de 71 pessoas, dentre as vítimas, jogadores, dirigentes, comissão técnica,jornalistas e membros da tripulação.
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Agora, já rebaixada pela segunda para a Série B do Brasileirão, a Chapecoense amarga enormes dívidas e dificuldades para se manter na elite do campeonato brasileiro. Outro toque de melancoliapara uma cidade e torcedores que já sofreram demais, comuma dor muito maior e quisás, insuperável, que foi o acidente aéreo de 2016, com o voo 2933 da LaMia.
Pensando em se reerguer, melhorar o caixa, fazer contratações pontuais e voltar para ficar na primeira divisão, a Chapecoense terá eleições presidenciais no próximo dia 14 de dezembro. A cidade de Chapecó espera que “seuclube”, possa voltar a brilhar e fazer o povo sorrir de felicidade.
Friedemann Vogel/Getty Images – Homenagem à Chapecoense, na camiseta do São Paulo, em 2016.
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Em 2017, pouco depois da tragédia, a Chape recebeu como doação,mais de R$ 28 milhões em incrementos de receitas vindas da CBF, de sócios-torcedores, doações, amistosos e outros fundos, como esforço do empresariado da região, dos patrocínios regulares e do empréstimo solidário de atletas por parte de outros clubes.
Neto, ex-zagueiro e atual superintendente de futebol da Chape, além de um dos sobreviventes da tragédia aérea, repete a palavra quando questionado sobre a gestão recente do clube.
“Uma tragédia, financeiramente falando. Estamos arcando com as consequências de uma gestão péssima, que impediu o clube de ser mais competitivo. Montamos um time na A com valores menores do que o time que foi montado para a B.”
Julian Finney/Getty Images – Homenagem à Chape na Inglaterra.
A Chape já gastou cerca de R$ 36 milhões com despesas derivadas da tragédiacom a finalidade, sobretudo para o pagamento às famílias vítimas do acidente. Segundo a previsão do clube, serão mais de R$ 22 milhõesa serem pagos até 2028.O clube ainda afirma destinar para essas famílias aproximadamente R$ 500 mil mensais, enquanto ainda tenta buscar acordo com nove delas.
Em 2020, inclusive, um ponto chamou a atenção: diante da queda de receitas da Chapecoense, as famílias das vítimas aceitaram um acordo, firmado judicialmente, no qual os valores das parcelas mensais no período seriam diminuídas e pagas mais pra frente. Sinal inequívoco de boa-vontade e confiança entre as partes de um processo desgastante para todos.
É uma relação de difícil manejo. Neto, que já conhecia boa parte das famílias quando era um dos jogadores, atua nessa mediação.
“Eu tento defender a verdade, não o clube ou as famílias”, afirma Neto. “Para as famílias, o justo é receber a indenização. Defender o clube de qualquer modo não é correto. Muitas vezes consigo mostrar para familiares uma realidade que quem está fora do clube não vê”, acrescenta o ex-zagueiro, que assumiu a função diretiva em 2020.