Durante a coletiva de apresentação do novo diretor de futebol do Bahia, Eduardo Freeland, o presidente do Tricolor de Aço, Guilherme Bellintani, que vive um momento de pressão, inclusive é alvo de um pedido de impeachment, precisou dar algumas explicações, e uma delas foi sobre a contratação do atacante Marcelo Cirino, que chegou ao clube em setembro do ano passado, com vínculo estabelecido até 2023, porém acabou deixando o Esquadrão neste início de temporada.
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Cirino chegou ao Esquadrão após rescindir com o Chongqing Dangdai, da China, e no ano passado não atuou com o Tricolor Baiano, pois ainda se recuperava de lesão. Já nesta temporada atuou em oito jogos e marcou dois gols, a expectativa é que finalmente o atleta fosse engatar uma boa sequência e ajudasse o clube baiano a sair da má fase. Porém, para surpresa coletiva, na última semana, depois do ataque ao ônibus do Bahia, o jogador pediu para deixar a equipe.
De acordo com Bellintani a justificativa de Cirino para deixar a equipe teria sido um problema familiar. “Surgiu o fato da bomba, misturado também com um problema familiar que ele teve no mesmo final de semana. Cirino nos procurou e disse que não tinha mais clima para ficar no Bahia, não queria mais ficar. “Não quero mais ficar, e você tinha dito, no começo do ano, que só ficaria no Bahia quem quisesse ficar no Bahia”. Eu disse isso a todos os atletas no primeiro dia aqui em 2022. Ele me procurou de maneira muito civilizada. “Eu preciso voltar ao Paraná, que é onde minha família está”. Ele tem família no Paraná.” , disse o presidente que ai relatou o que teria dito o jogador. ”Vou tentar jogar lá, e eu queria abrir mão de tudo que eu tenho do Bahia, do passado. O Bahia não me pagará mais nada. E o Bahia me libera para voltar a procurar um clube na região do Paraná e, de certa forma, tentar recuperar meu bom futebol”.
Bellintani admitiu que errou ao contratar o jogador. “Eu olho no olho das pessoas. Eu acredito que tem horas em que você tem que dizer o seguinte: perdemos algum dinheiro, erramos, mas qualquer coisa diferente do que eu fiz a partir dali seria um novo erro. Seu falasse “Cirino, você é obrigado a ficar, porque o seu contrato está vigente”. Ia ficar um jogo de desinteresse das duas partes e que, hoje, no momento em que a gente está, eu estou muito mais pensando em não cometer novos erros do que ficar preso a erros do passado, virar a página, limpar o ambiente. Se não quer ficar aqui, vai. Eu também não posso pagar mais nada, porque o clube não pode ter um prejuízo maior do que já teve. E o que a gente gastaria com ele numa folha abre espaço para trazer atletas que talvez tenham mais intensidade e desejo de estar aqui. A saída dele abre caminho para outros”, disse.
Antes de comentar a saída do jogador, Bellintani explicou as condições com que o jogador chegou ao Tricolor. “Quando o campo está ruim, quando o resultado não vem, tudo vira um problema enorme, tudo é incompetência. E eu compreendo. Não estou achando ruim. Isso faz parte do futebol. Então ter a oportunidade de responder sobre isso é importante. Cirino veio, estava livre no mercado, o Bahia não pagou nada para trazê-lo, não comprou o Cirino. Nós fizemos um acordo de imagem e salário com ele. No primeiro mês, nós vimos que a recuperação dele ia ser mais longa do que a gente imaginava, pela dificuldade dele mesmo pós-cirurgia. Ele fez uma cirurgia muito importante em fevereiro. Essa recuperação se mostrou um pouco mais longa. Não houve nenhum investimento em intermediação, não pagamos nem R$ 1 de comissionamento. E nós combinamos de manter o salário dele em dia e negociar, posteriormente, o pagamento de imagem. Porque, dentro daquilo que estava estabelecido, entendíamos que o salário era para subsistência da sua família, tudo aquilo, e que a gente precisava também que o jogador voltasse a campo, nos ajudasse a performar, para que a imagem fosse paga. Combinamos isso tudo da melhor forma possível. A gente apostava na recuperação de Cirino, ele começou a entrar, começou a ir bem, a retomar aos poucos. A retomada é muito difícil.”, contou.