Conclusão do inquérito
A Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI) do Rio Grande do Sul finalizou o inquérito sobre o arremesso de um copo com uma banana durante a partida entre Internacional e Sport, no dia 31 de março, pelo Campeonato Brasileiro Feminino. A investigação concluiu que não houve intenção discriminatória no ato, descartando a configuração de crime de racismo.

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A análise foi baseada em depoimentos e em um vídeo enviado pelo Inter, que mostra o momento em que uma ex-jogadora da base colorada lança um copo em direção ao banco do Sport. Segundo o relatório da delegada Tatiana Bastos, a jovem de 18 anos não teve intenção racista e afirmou desconhecer a presença da casca de banana no recipiente.
A investigada justificou a atitude como um impulso emocional após o gol de empate do Sport, nos minutos finais da partida que terminou em 2 a 2. Ela declarou que consumia apenas paçocas distribuídas nas arquibancadas e negou ter ingerido banana. As imagens confirmaram que o copo caiu entre as cadeiras e a casca rolou em direção ao banco rival.

Jogadora Internacional. Foto: Anderson Romão/AGIF
Classificação do ato
Embora tenha sido descartado o crime de racismo, o caso foi enquadrado como infração por causar tumulto durante evento esportivo, conforme a Lei Geral do Esporte. A presença de seguranças e a interrupção da partida foram citadas como fatores agravantes. O clube gaúcho encerrou o vínculo com a atleta ainda no dia do incidente.
O Sport preferiu não se manifestar após a divulgação do inquérito. Já o Internacional afirmou, em nota, que os processos seguem em tramitação também no STJD e que seguirá colaborando com os esclarecimentos. O clube reforçou que o fim do contrato com a jogadora não se deu exclusivamente pelo ocorrido.
A CBF, até o momento, não se posicionou oficialmente sobre a decisão da Polícia Civil. A entidade havia solicitado providências no início da apuração e aguarda o desfecho jurídico no âmbito esportivo. O caso gerou repercussão nacional e levantou debates sobre condutas em partidas de futebol feminino.

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Necessidade de protocolos claros
O episódio evidencia a necessidade de protocolos claros para lidar com possíveis atos discriminatórios no esporte. Embora o inquérito tenha descartado dolo racista, o incidente mobilizou torcedores, atletas e instituições. As atenções agora se voltam ao julgamento no STJD, que pode gerar sanções desportivas.








