Camilla Orlando tem reforçado, dentro da Seleção Brasileira feminina sub-20, a importância de ampliar o olhar para além dos centros historicamente mais visíveis do futebol feminino. Segundo a treinadora, o Nordeste ocupa espaço recorrente nas análises da comissão técnica, tanto pelo potencial esportivo quanto pela diversidade de estilos. A comandante destaca que acompanhar atletas de diferentes contextos é essencial para garantir oportunidades mais equilibradas. O trabalho, segundo ela, vai além das convocações pontuais. Trata-se de construir um processo contínuo de observação e diálogo.

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Entre os nomes acompanhados de perto, Camilla citou a atacante Thayná, do Fortaleza, como um exemplo de atleta que vem se desenvolvendo dentro do próprio clube. “Eu gosto muito das atletas do Nordeste. Tenho um olhar especial pra estar ali acompanhando elas, porque a gente possa realmente dar oportunidade pra todas, esse é o caminho”, afirmou a treinadora. Segundo ela, o monitoramento envolve assistir a jogos, conversar com treinadores e entender a realidade local. A ideia é ampliar esse contato presencial a partir de 2026. O objetivo é reduzir distâncias e qualificar ainda mais o processo.
De acordo com Camilla Orlando, o futebol nordestino aparece com frequência nas avaliações da comissão técnica, inclusive com atletas que transitam entre as seleções sub-17 e sub-20. “A gente sabe que ali tem grandes talentos e estamos sempre acompanhando e tentando dar oportunidade pra todo mundo”, destacou. Para a treinadora, esse intercâmbio entre categorias é estratégico para o desenvolvimento das jogadoras. O acompanhamento contínuo permite entender melhor a evolução técnica, física e emocional das atletas. Isso ajuda a construir um caminho mais sólido até o alto rendimento.

Camilla comanda agora a Seleção. Foto: Marlon Costa/AGIF
Desenvolvimento regional como parte do projeto
Mais do que observar talentos para a Seleção, Camilla reforça a importância de fortalecer o futebol feminino dentro do próprio Nordeste. “Que elas possam também fazer o seu desenvolvimento lá, como a Thayná, por exemplo, que tá fazendo o desenvolvimento dela no Fortaleza”, explicou. Para a treinadora, incentivar a permanência e o crescimento das atletas em seus clubes de origem também fortalece a modalidade como um todo. Esse processo contribui para a consolidação de projetos regionais. A Seleção, nesse contexto, atua como agente de estímulo e visibilidade.
Camilla revelou que a comissão técnica já se organiza para intensificar a presença física na região a partir do próximo ano. “A gente tá se programando, para ano que vem conseguir acompanhar um pouquinho mais perto”, disse. A ideia é ampliar o número de visitas, observar treinos e jogos in loco e estreitar laços com os profissionais locais. Esse movimento faz parte de um planejamento maior de descentralização da observação. Para a treinadora, estar presente é fundamental para compreender melhor cada contexto.
A Seleção Brasileira feminina sub-20 já projeta seus próximos compromissos oficiais, com destaque para o Sul-Americano da categoria em 2026. O torneio será disputado entre os dias 4 e 28 de fevereiro, com o Brasil no Grupo B, ao lado de Argentina, Peru, Equador e Bolívia. A convocação está prevista para a segunda quinzena de janeiro. A competição será um teste importante para avaliar o grupo em formação. Também servirá para consolidar conceitos trabalhados ao longo do ciclo.

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Mundial na Polônia é o grande objetivo do ciclo
O Sul-Americano faz parte do planejamento que tem como principal meta o Mundial sub-20, marcado para setembro de 2026, na Polônia. Para Camilla Orlando, cada etapa do calendário da Seleção é pensada como preparação para esse desafio maior. O acompanhamento mais amplo de atletas, incluindo o futebol nordestino, está diretamente ligado a esse objetivo. A treinadora acredita que diversidade de origens fortalece o elenco. E resume a filosofia do trabalho com uma frase simples, mas direta: “A gente tá sempre de olho”.








