Durante o Bola de Prata realizado nesta segunda-feira (8), a atacante Byanca Brasil, do Cruzeiro, abriu o coração em um dos depoimentos mais marcantes do evento. Com o repórter Thomas Lagôa, do Bolavip Brasil, presente ao evento, a jogadora detalhou sua luta silenciosa ao longo de 2025. Ela revelou que, desde o início do ano, notou mudanças profundas em seu comportamento e desempenho emocional. A fala, carregada de sinceridade, trouxe à tona um tema fundamental no futebol feminino: a saúde mental das atletas.

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Byanca explicou que sua percepção começou ainda no começo da temporada, quando percebeu que algo não estava certo. “Desde quando eu cheguei no começo do ano eu percebi que eu estava diferente (…) Chegava em casa chorando muito, mas eu não conseguia identificar”, relatou. A atacante destacou que, dentro de campo, sentia a obrigação de aparentar força constante, mesmo quando emocionalmente fragilizada. Para ela, demonstrar tristeza, insegurança ou falta de confiança parecia, naquele momento, sinônimo de fraqueza.
A jogadora ressaltou o papel determinante do Cruzeiro em seu processo de recuperação emocional. Ela citou especialmente o treinador Jonas como um suporte fundamental: “Foi aí que eu tive apoio do meu clube, em especial do Jonas, que foi um cara que conversou bastante comigo”. Byanca também destacou que o clube abriu portas para que ela se afastasse de treinos ou jogos quando necessário, em conjunto com sua psicóloga Luiza, com quem faz terapia há três anos. A atacante reforçou ainda o papel crucial de sua esposa, que acompanhou de perto seus dias mais difíceis

Byanca Brasil na Seleção. Foto: Jhony Pinho/AGIF
Enfrentamento, tratamento e evolução
A atleta revelou que viveu momentos intensos de vulnerabilidade ao longo do ano. “Foram dias muito árduos, que eu fiquei muito para baixo. Precisei passar por psiquiatra, hoje estou medicada, estou me sentindo muito melhor”, afirmou. Ao falar abertamente sobre sua trajetória, Byanca destacou que seu objetivo é incentivar outras jogadoras a buscarem ajuda. Segundo ela, reconhecer fragilidades não significa fraqueza, mas humanidade. A atacante reforçou que todos enfrentam momentos difíceis e que profissionais especializados são essenciais no processo de reequilíbrio mental.
Byanca fez questão de ampliar seu relato para um discurso coletivo dentro do futebol feminino. “O meu intuito de falar abertamente, não é sobre a Byanca e sim deixar aberto pra todo mundo”, disse. Ela reforçou a importância de acolhimento entre atletas e de atenção aos sinais que indicam sofrimento emocional. Para a jogadora, o apoio mútuo é indispensável, assim como a busca por ajuda qualificada. Sua fala reforçou um movimento crescente de abertura sobre saúde mental no esporte brasileiro, especialmente entre mulheres que enfrentam múltiplas pressões dentro e fora de campo.
Ao projetar 2026, Byanca demonstrou confiança renovada e gratidão pela evolução que conquistou este ano. Ela reforçou que seu foco é total no Cruzeiro e que qualquer possibilidade de convocação para a Seleção Brasileira será consequência desse trabalho. “Falando de Seleção Brasileira, eu acho que a minha doação ao Cruzeiro (…) pode resultar numa convocação, mas isso eu deixo para o Arthur”, afirmou, mencionando o técnico Arthur Elias. A atacante deixou claro que seu grande objetivo segue sendo representar o clube mineiro com entrega total.

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Um novo capítulo para 2026
Encerrando sua fala, Byanca demonstrou otimismo quanto ao próximo ano, tanto pessoal quanto profissionalmente. “Hoje eu estou muito melhor do que eu estava no começo do ano. E tenho certeza que o ano de 2026 vai ser incrível”, destacou. A atleta acredita que tudo o que foi construído em 2025 será base sólida para uma temporada de crescimento. Seu relato emocionado no Bola de Prata reforça a importância do cuidado emocional no esporte de alto rendimento e abre um debate necessário no futebol feminino brasileiro.








