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40 anos desde dezembro de 81; o dia em que o Flamengo de Zico, Adílio e Nunes conquistou o mundo

40 anos após pintar o mundo de vermelho e preto, o Flamengo busca voltar ter a oportunidade de disputar o mundial, este ano acabou parando na final da Libertadores diante do Palmeiras

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Por Jéssica Campos

“Em dezembro de 81, botou os ingleses na roda, 3 a 0 no Liverpool, ficou marcado na história”, como já diria a canção entoada por Ivo Meirelles, Kiko Zambianchi e Rodrigo Santos, 1981 seria um ano a ser rememorado pelo Mais Querido. O título conquistado em 13 de dezembro de 1981, seria comemorado ainda hoje, 40 anos depois. Afinal foi naquele dia que o Flamengo venceu ninguém menos que um gigante inglês, o Liverpool, por um placar de 3×0, no Japão, sagrando-se Campeão Mundial.

Foto: Sebastião Marinho / CRF | Flamengo venceu o Liverpool por 3 x 0 no Japão
Foto: Sebastião Marinho / CRF | Flamengo venceu o Liverpool por 3 x 0 no Japão

Nesta segunda-feira (13), completam-se 40 anos desde aquela conquista e vamos relembrar o dia em que o Flamengo não apenas ganhou mais um título, mas surpreendeu o mundo. O Rubro-Negro entrou em campo com Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico e era comandado por Paulo César Carpegiani para enfrentar o Liverpool, que jogou com Grobbelaar; Neal, R. Kennedy, Lawnson e Thompson; Hansen, Dalglish e Lee; Johnstone, Souness e McDermott (Johnson) e era liderado pelo técnico Bob Paisley.

Uma das dificuldades apontadas pelo Flamengo este ano, que inclusive utilizou como justificativa para os resultados irregulares e a falta de títulos o departamento médico estar lotado e, consequentemente, com o time atuando desfalcado, o calendário ficou apertado. Mas o Flamengo de 1981 também enfrentava um calendário agitado e em um intervalo de um mês para a disputa das finais da Libertadores, diante do Cobreloa e a decisão do Campeonato Carioca, mostrando todo seu poder, o Mais Querido venceu as duas disputas. Vale lembrar que aquela seria a primeira vez em que o Flamengo conquistaria a América e, não muito depois, conquistaria o mundo.

Foto: Sebastião Marinho / CRF | O mundo ainda não conhecia o poder do Flamengo

Foto: Sebastião Marinho / CRF | O mundo ainda não conhecia o poder do Flamengo

Em uma entrevista concedida para a CBF em 2018, Zico lembrou a agitação dos dias que antecederam a decisão do mundial. “Além dos jogos da Libertadores (três contra o Cobreloa-CHI), nós tivemos outras três finais com o Vasco em uma semana. E, naquela época, representava muito uma final de Campeonato Carioca com o Vasco. No dia seguinte ao jogo do Estadual, que vencemos, viajamos para os Estados Unidos para ficar alguns dias por lá, tentando se adaptar um pouco ao fuso-horário para, na sexta-feira, chegar em Tóquio.”

O Flamengo passou por um período de adaptação ao fuso-horário em Los Angeles, na Califórnia. O elenco ficou uma semana nos Estados Unidos antes do Mundial e, neste período, os atletas aproveitaram também para curtir a Disney. Quem não viajou com o elenco foi Adílio, que estava em lua de mel com a esposa e só se reuniu com o restante do grupo em Los Angeles no dia do embarque para o Japão.

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Foto: Sebastião Marinho / CRF | Mais de 62 mil pagantes lotaram o Estádio Nacional de Tóquio e viram o Flamengo se sagrar campeão mundial.

Foto: Sebastião Marinho / CRF | Mais de 62 mil pagantes lotaram o Estádio Nacional de Tóquio e viram o Flamengo se sagrar campeão mundial.

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O Rubro-Negro Carioca tinha um elenco tão poderoso que, em 69 partidas, venceu 42, mantendo uma média de dois gols por partida. O Mais Querido perdeu apenas oito jogos naquele ano e sofreu 55 gols, porém, foram marcados 144 gols pró, rendendo um saldo de 89 tentos. O aproveitamento naquele ano foi de 70%, e a maior goleada foi no dia 04 de fevereiro, quando o time venceu o Fortaleza por nada menos que 8×0. Nunes foi eleito o artilheiro da temporada e Adílio foi o jogador que mais atuou naquele ano.

Para a disputa da final o elenco iria encarar um dos maiores gigantes europeus, o Liverpool, que havia conquistado três edições da Champions League nos cinco anos anteriores. Mas toda a pompa e histórico do clube inglês não foram o suficiente para parar o Flamengo, que praticamente não permitiu que o Liverpool tocasse na bola. Enquanto isso, o clube carioca garantia que o futebol brasileiro voltasse a ser campeão mundial após 18 anos. Antes, o Santos de Pelé havia conquistado o título em 1963.

No dia do jogo, 62 mil pagantes se fizeram presentes no Estádio Nacional de Tóquio, e o clube brasileiro deu um verdadeiro espetáculo. Nunes abriu o marcador para o Flamengo aos 13 minutos do primeiro tempo, após um belo passe de Zico. Já aos 34, Adílio marcou o segundo, o lance mais uma vez teve participação do camisa 10 que bateu uma falta, o goleiro adversário defendeu, mas no rebote Adílio bateu para ampliar o placar. Mesmo a frente do marcador, o Flamengo continuou impondo seu ritmo e, aos 7 minutos do segundo tempo, marcou o que seria o gol do título, quando Nunes mais uma vez balançou a rede, fechando o placar da partida em 3×0.

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Zico foi eleito o melhor jogador do campeonato e acabou recebendo como prêmio da patrocinadora do torneio um Toyota Celica, que na época era avaliado em U$$ 10 mil. Nunes foi o artilheiro da competição e também foi premiado com um veículo, um Toyota Carina, avaliado na época em U$$ 7 mil dólares. De acordo com o Coluna do Fla, até hoje Zico não se desfez do veículo que ganhou no torneio.

Ainda na entrevista para a CBF em 2018, Zico comentou o fato de o clube europeu não valorizar a conquista daquele mundial. “É muito fácil falar que fez pouco caso depois que levou um sacode. Ninguém entra em campo só pra fazer presença, ainda mais em um jogo final no qual você está representando um continente”, comentou o ídolo da torcida rubro-negra.

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