O Corinthians enfrentou problemas significativos na implantação do sistema de biometria facial na Neo Química Arena, o que resultou em atrasos, prejuízos financeiros e desgaste na relação com uma parceira histórica do clube.

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Um relatório interno do departamento de TI, ao qual a reportagem trazida pelo UOL teve acesso, detalha como a gestão do então presidente Augusto Melo adiou o projeto e acabou encarecendo a implementação da tecnologia.
Relatório expõe caos na implantação da biometria no Corinthians
A biometria facial é obrigatória desde junho de 2025 pela Lei Geral do Esporte para estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas, com o objetivo de aumentar a segurança e agilizar a entrada dos torcedores.
Em janeiro de 2025, o setor de TI do Corinthians alertou a diretoria sobre o risco de não cumprir o prazo legal e recomendou a continuidade da parceria com a Ligatech, empresa que já prestava serviços ao clube e tinha integração com a plataforma de ingressos Onefan.
A Ligatech se comprometeu a investir cerca de R$ 589,5 mil em novos equipamentos para o estádio, clube social e CT, com contrato pronto para assinatura, aprovado pelo compliance e pelo Conselho de Orientação (Cori).
No entanto, em 27 de janeiro, Augusto Melo afastou o diretor de TI, Marcelo Munhoes, por insistir nessa recomendação, segundo o relatório. No dia seguinte, o departamento jurídico cancelou as negociações e determinou a exclusão do reconhecimento facial no escopo do contrato com a Ligatech.

SP – SAO PAULO – 21/05/2025 – COPA DO BRASIL 2025, CORINTHIANS X NOVORIZONTINO – Augusto Melo presidente do Corinthians durante partida contra o Novorizontino no estadio Arena Corinthians pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Marcello Zambrana/AGIF
Além disso, parte dos equipamentos já adquiridos foi devolvida, causando perdas para a parceira. Em abril, Melo fechou contrato com outra empresa, a Bepass, contrariando pareceres técnicos e gerando duplicidade contratual.
Com a saída de Augusto Melo, o presidente interino Osmar Stabile readmitiu Marcelo Munhoes e retomou o trabalho com a Ligatech, rescindindo amigavelmente o contrato com a Bepass em junho.
A unificação dos serviços com a Ligatech possibilitou economia de R$ 365 mil, eliminando pagamentos paralelos e reduzindo custos operacionais. A projeção indica uma economia anual de até R$ 4,5 milhões, considerando a eliminação de equipes duplicadas e vantagens em negociar com um único fornecedor que já havia investido inicialmente.

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Desde a retomada do projeto, a biometria foi implantada rapidamente, evitando que a capacidade da Arena fosse reduzida para 19.999 torcedores. Quatro jogos já utilizaram a tecnologia, que registrou índice de falhas inferior a 0,2%.
O Corinthians também ultrapassou 290 mil cadastros faciais, reduzindo a ação de cambistas e aumentando em mais de 20 mil o número de torcedores adimplentes no programa Fiel Torcedor.








