Crise política paira no Morumbi e deixa departamento de futebol em xeque
Na última segunda-feira (29), o São Paulo recebeu o Ceará no Morumbis para a conclusão da 25ª rodada do Brasileirão Betano e amargou derrota por 1 a 0, dentro de casa, em noite de protestos da torcida, que antes mesmo da bola rolar já se manifestava no portão do Estádio.

Resultado que coloca mais fogo na crise vivenciada pelo Clube da Fé, que deixou a Copa Libertadores na semana passada. Aliás, Arboleda desabafou após a partida contra o Vozão e afirmou que a derrota é um reflexo da eliminação para a LDU, na competição continental.
Mas, o que está pegando no único Tricampeão Mundial de Clubes do futebol brasileiro é uma crise política, já sacada pela torcida e até mesmo pelo técnico Hernán Crespo, que comentou sobre os impactos de tal situação no elenco.
Ao alvo principal da fúria Tricolor é o diretor de futebol Carlos Belmonte, que tem a demissão pedida pela torcida. No entanto, o jornalista Arnaldo Ribeiro detalhou motivos que dificultam a saída do dirigente.
O que dificulta a demissão de Carlos Belmonte, segundo Arnaldo Ribeiro?
“Essa é uma situação que não é tão simples de ser resolvida por alguns fatores. Primeiro, porque a temporada ainda não acabou e o Carlos Belmonte e seus diretores, incluindo o Muricy, que é do grupo, estão no clube ao mesmo tempo que o Casares está”, iniciou o jornalista no programa Uol Esporte News.
“São eles que formaram esse time de futebol, que contrataram o Crespo e que agora não têm muito o que fazer no mercado, a não ser dar força a quem está lá. Esse é um fator. A temporada ainda está em andamento e está acabando”, completou.
Belmonte e Casares: um depende do outro
Além disso, Arnaldo também expôs a relação interdependente entre Casares e Belmonte: “As amarras políticas entre Casares e Belmonte, por mais que eles ensaiem uma ruptura a um ano da eleição e que o Belmonte não seja o candidato preferido do Casares como foi outrora, um depende do outro nesse momento. Se o Casares demite o Belmonte e troca o comando de futebol, provavelmente o grupo do Belmonte, que é grande no Conselho, se voltará automaticamente contra o Casares em qualquer situação”, explicou.
“Para o Casares dar esse passo, ele poderia dar esse passo demagogicamente, mas talvez custe sustentação política a ele. E o Belmonte, por sua vez, de tomar a iniciativa de sair, ele deixaria o time e o futebol numa situação complicada nesse momento. Então, não é tão simples essa cisão, tanto o pedido de demissão da parte do Belmonte quanto eventualmente uma decisão por parte do presidente de troca do comando de futebol”, concluiu Arnaldo Ribeiro.