A pressão cresce após ano difícil
Abel Ferreira confirmou que recebeu o “fico” de Leila Pereira ainda em agosto, logo após a eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil. A presidente o chamou para uma conversa reservada no Allianz Parque e reafirmou sua confiança no português como líder do processo de reformulação do elenco. Segundo o treinador, a palavra dada nessa reunião selou sua permanência para 2026.
A garantia de Leila ocorreu em um dos momentos mais turbulentos da temporada, quando o Palmeiras acumulava críticas e resultados abaixo das expectativas. O técnico, que sempre afirmou que não seria problema para o clube, bateu na tecla da lealdade e reforçou que está comprometido com o projeto até onde for necessário. A direção entendeu o recado e manteve a convicção.
O cenário, porém, não diminui a pressão que o treinador enfrentará no próximo ano. Abel chega a 2026 cercado por cobranças que refletem a queda de desempenho do time nas principais competições. Para a diretoria, será preciso transformar convicção em conquistas para que o ambiente interno não volte a sofrer abalos como os vistos recentemente.
A queda de rendimento muda a cobrança
Nos últimos dois anos, Abel viveu seus momentos mais duros desde a chegada ao Palmeiras. O início vencedor, marcado por grandes títulos, deu lugar a campanhas frustrantes e vices seguidos. O clube saiu de temporadas de glórias para um 2024 discreto e um 2025 marcado por tropeços dolorosos no Paulistão, Libertadores e Brasileirão Betano.
A relação com o torcedor também sofreu abalos importantes. Em 2025, o Allianz Parque testemunhou uma versão inédita de impaciência com o treinador, especialmente após a queda para o Corinthians em plena casa alviverde. Os xingamentos de uma parte da arquibancada evidenciaram que o crédito acumulado já não é blindagem automática.
Ainda assim, dentro da diretoria, Abel segue visto como o homem do projeto. Ele participou ativamente da reformulação que levou 12 reforços em 2025 e permitiu a saída de 18 jogadores. A montagem do elenco teve sua assinatura, e por isso a cobrança por resultados será diretamente proporcional ao investimento feito pelo clube.
2026 será o teste final
Sob o comando de Leila, o Palmeiras gastou quase R$ 700 milhões em contratações para fortalecer o grupo. A avaliação interna é de que o elenco atual tem capacidade de competir pelos principais títulos em 2026, sem necessidade de grandes mudanças na janela. Para o clube, agora é hora de colher o que foi plantado ao longo da reconstrução iniciada no início do ano.
O contrato de Abel vai só até dezembro de 2025, mas sua continuidade até lá já está confirmada pela presidente. O treinador, porém, sabe que entra em uma temporada decisiva, na qual apenas desempenho não bastará. A leitura da diretoria é clara: para justificar o projeto e a manutenção do comando, ele precisará entregar taças.
Se 2025 foi carregado de pressão, 2026 promete ainda mais intensidade. Abel chega a um ponto de virada que pode redefinir seu futuro no Palmeiras e até sua trajetória no futebol brasileiro. O clube mantém a confiança, mas a paciência agora será medida pelo tamanho das conquistas ao longo do caminho.