Fúria e ataque desmedido nos bastidores do Choque-Rei
O Choque-Rei do último domingo (4) terminou empatado e com um mar de agressões e palavras ofensivas disparadas nos bastidores do Morumbis, tanto por atletas do São Paulo, como por membros de sua diretoria. O presidente Julio Casares também esteve à frente da balbúrdia causada no túnel que dá acesso ao vestiário dos árbitros.
O problema foi parar na súmula, devidamente detalhado pelo árbitro Matheus Delgado Candançan, que apontou os exageros cometidos após a polêmica partida, como apontou matéria do Bolavip Brasil.
No entanto, uma das agressões verbais ocorridas na intempestiva atitude dos diretores do rival se destacou e ganhou resposta oficial do Palmeiras. “O diretor-executivo Carlos Belmonte passou do tom e disparou a seguinte frase: Safado do c…! O Abel apitou para vocês, este português de merda!”
Na tarde deste segunda-feira (4), o Maior Campeão do Brasil utilizou suas redes sociais para condenar o que aponta como uma atitude xenófoba de Belmonte, que utilizou a etnia do comandante do Verdão, para expressar sua raiva.
O que disse o Palmeiras?
“A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos”, iniciou a nota.
Fundado em 1914, para agregar as diversas vertentes de imigrantes italianos que construíam o Brasil no começo do Século XX, o Palmeiras fez questão de destacar sua origem popular e como o ataque específico a pessoas, é algo que não se tolera no Clube.
“O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros”, enfatiza a postagem do Palestra.
O estímulo a violência também foi duramente reprovado pelo Clube, que lembrou de recentes situações que causara consternação no futebol brasileiro, como exemplo, foi citado o ataque ao ônibus do Fortaleza.
Verdão alerta contra incentivo perigoso
“Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio”, destaca o Verdão.
A postura de Casares também foi citada: “Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater”.
Vale lembrar, que a partida, com lances polêmicos, rendeu muito debate nas redes sociais. O ex-goleiro Marcos foi sincero sobre os lances que agitaram os bastidores, mas não deixou de mandar um recado para a torcida do São Paulo.
Deixando de lado os assuntos sobre a arbitragem, outra situação chamou atenção em relação ao desempenho do Palmeiras. Mais precisamente sobre a postura de Abel Ferreira na escalação de Endrick. A imprensa espanhola criticou bastante a forma como o camisa 9 foi escalado e detonou o técnico do Alviverde. Vale lembrar que a joia está em contagem regressiva para ir atuar no Real Madrid.