A Confederação Brasileira de Vôlei se pronunciou, nesta segunda-feira (16), sobre o rendimento da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Depois de conquistar apenas uma prata na quadra com a seleção brasileira feminina, a ex-jogadora e atual diretora executiva da entidade, Adriana Behar, junto ao presidente e ao vice da entidade, Walter Pitombo Laranjeiras e Radamés Lattari, fizeram uma avaliação.

CEO da CBV, Adriana Behar, duas vezes prata em Jogos Olímpicos, avalia vôlei em Tóquio (Foto: Getty Images)
CEO da CBV, Adriana Behar, duas vezes prata em Jogos Olímpicos, avalia vôlei em Tóquio (Foto: Getty Images)

“Os resultados do Brasil nos Jogos Olímpicos foram bons. O do voleibol, não, com exceção da seleção feminina de quadra, que obteve um excelente 2º lugar, melhorando, em muito, o resultado no Rio. Temos que enfrentar a realidade e usar informação de qualidade para fazer um diagnóstico e mudar o jogo rápido para o próximo ciclo olímpico”, disse a duas vezes vice-campeã na praia, em 2000 e 2004, que acrescentou:

“A nossa expectativa vinha baseada nos resultados anteriores, que estavam, de fato, sendo muito bons. Chegamos com algumas duplas de praia entre as primeiras do ranking – nossas duplas femininas disputaram a final do Major de Gstaad, último torneio antes das Olimpíadas – e as seleções de quadra vindo de um título e um segundo lugar na Liga das Nações. É claro que esperávamos por mais medalhas, mas é do esporte”, explicou Adriana Behar.

Adriana Behar ao lado de Marcelinho (Foto: CBV/Divulgação)

Mas a diretoria, em busca de conseguir um melhor resultado para as próximas Olimpíadas, já que o ciclo olímpico será menor para Paris, por conta da Covid-19, colocou em pauta mudanças em forma de projetos e inovações para criar uma estrutura mais sólida e adequada para os atletas de alto rendimento. Uma dessas novidades é a vinda do ex-levantador Marcelinho Elgarten, medalhista em Jogos Olímpicos, como reforço para o quadro de colaboradores.

“Estamos traçando novos caminhos com um olhar de negócios utilizando os produtos que temos – quadra, praia e CDV – dentro de uma visão mais comercial. Em paralelo a isso há um reforço na área de estratégia e governança. É prioridade para a CBV se desenvolver neste momento através de um novo modelo”, afirmou a diretora executiva da CBV.

CONFIRA OS PROJETOS E INOVAÇÕES PROPOSTOS

– Na parte técnica, a Criação de Grupos de Trabalho, com atletas e/ou técnicos vitoriosos, para que possam dar sugestões e participar do planejamento, buscando um maior desenvolvimento da base e do vôlei brasileiro

– Ter como missão da CBV, para o próximo ciclo olímpico, ser um prestador de serviços de alta qualidade para que o ecossistema do voleibol brasileiro floresça como referência nacional e internacional não só em termos de resultados esportivos, mas, também, governança, inserção social, desenvolvimento e geração de negócios

– Visar que a CBV seja superavitária e que gerencie bem os seus riscos para poder investir no desenvolvimento do esporte. É necessária uma mudança de cultura na entidade, instituir centros de custos e lucros, fazer um balanço transparente de ativos e passivos entre todas as partes interessadas

– Reforçar o papel das nossas Federações no fomento e desenvolvimento do voleibol em todo o país. A capilaridade de nossas federações é um fator potencial de transformação social do Brasil, além de fundamental para a descoberta de jovens talentos do voleibol

– Utilizar o voleibol no desenvolvimento de projetos sociais e de pesquisa. O potencial do voleibol para captação de recursos internacionais e de leis nacionais de incentivo para pesquisa de ponta é substancial. Tanto para o desenvolvimento da modalidade, como para as áreas de saúde, educação e gestão em geral, dado que cada vez mais se comprova a influência do esporte na qualidade de vida da população

– Seguindo um caminho de transformação digital da atualidade, utilizar mais o marketing digital e as redes sociais, buscando aumentar a base de fãs do voleibol brasileiro, principalmente o público jovem. Entre elas, uma novidade será trazer para a CBV as NFT’s (tokens não-fungíveis), que são uma nova tendência na indústria esportiva mundial, com casos de sucesso como na NBA, permitindo novas formas de interação entre organizações esportivas, atletas e fãs, trazendo novas fontes de receitas e experiências a todos os participantes