O ano era 2009. O Internacional massacrava o Caxias com atuação exuberante da equipe treinada por Tite na final do Campeonato Gaúcho. Na lateral direita da equipe caxiense, um jovem de 19 anos que despontava para o cenário gaúcho como uma promessa daquele Estadual. Era Edenilson, que se firmaria no ano seguinte como o principal jogar grená, chamando a atenção de equipes maiores.
Fez parte da Seleção do Gauchão de 2011 e eracontratado pelo Corinthians, treinado por Tite. Teve um bom ano de 2012, quando o clube sagrou-se campeão do mundo, oscilando entre a lateral direita e as primeiras funções do meio-campo. Foi vendido à Udineseem 2014 e, na Itália, também atuou no Genoa. Até ser contratado pelo Inter em 2017.
Chegou como um dos principais reforços colorados para a Série B. Um investimento de certo modo surpreendente para o cenário do clube no momento. Foi um dos melhores jogadores do time naquele anoatuando na segunda função do meio de campo. Tornou-se um dos líderes do grupo e dos atletas mais prestigiados pela torcida.
Começava2018 oscilante, mas cresceu muito como todo o time, em uma função diferente. Com mais liberdade pelo lado direito em um tripé de volantes (Dourado fixo e Patrick pela direita), Edenilson passoua comandar o time. O chamado “volante que pisa na área” (Odair não gostava de chamá-lo de volante, mas de meio-campista, pois atuava em todas as funções do meio), marca gols e dá assistências em um bom campeonato colorado.
Mas foi 2019 o ano mais emblemático de Edenilson, por tudo que o cercou. Foio principal jogador colorado até setembro. Cogitado para a Seleção Brasileira, comandouo time nas classificações de mata-mata de Copa do Brasil e Libertadores. O Inter rejeitouuma proposta milionária do futebol árabe e manteve”Ed” no grupo que almeja alguma conquista na temporada. Mas uma lesão gerouum revés inesperado na sua trajetória.
Edenilson voltousem embocadura. Não se sabe se teve a volta antecipada ou os problemas físicos afetaram o aspecto técnico, mas “Ed” não era mais o mesmo. Longe do meia que jogava de área a área, que dava ritmo e intensidade à equipe, ficoumarcado pelo drible de Cirino sem reação no lance que culminou com o título do Athletico-PR na Copa do Brasil. Terminouo ano em baixa, melancólico como todo o clube após a perda do título.
Porém, 2020 começa diferente. Após montar uma equipe de segurança para avançar à fase de grupos da Libertadores, Coudet escolhe Edenilson para uma função centralizada entre dois meias e atrás de uma dupla de atacantes. E “Ed” reencontra o seu melhor futebol. Neste curto espaço de tempo, talvez as melhores exibições com a camisa colorada. Anotou três gols em 11 jogos, configurando-se no principal destaque colorado na temporada.
Edenilson já soma 17 gols e 14 assistências com a camisa colorada. Nesta temporada, deu a Coudet o que mais precisava: o tão sonhado meia centralizado com capacidade de criação e contenção, o rendimento que o Inter vislumbrava em um investimento maior, como foi cogitado com Nacho, do River. É um dos meio-campistas mais completos do país. Com a tutoria de Coudet, até onde pode ir nosso “Ed”? Esperamos que muito longe (quando o futebol voltar).