A temporada de 2023, sem dúvida, ficará marcada na história do futebol brasileiro. Tento me recordar de um ano em que tantos fatos inusitados, polêmicas e afins. Já comentei por aqui que esta é em minha opinião uma das temporadas mais frustrantes, mas para além disso, este também foi um ano de rupturas no futebol, e uma delas chama atenção: o racha dos clubes com a torcida.

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
© Thiago RibeiroFoto: Thiago Ribeiro/AGIF

O caso mais recente é a crise entre Leila Pereira e a torcida. A presidente do Palmeiras está vivendo um clima de guerra, pediu medida protetiva contra os membros das organizadas e declarou que em entrevista coletiva a queda de braço ganhou ainda mais força. “Nós, dentro do Palmeiras, somos extremamente preparados. Essas torcidas nunca construíram nada, são caso de polícia. Essa gente é o grande câncer do futebol brasileiro”, declarou.

Mas não é apenas Leila que enfrenta crise com a torcida. Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo, saiu na mão com um torcedor. O imbróglio que teve direito a pancadaria, ameaças e uma suposta mordida na virilha terminou na delegacia e promete render ainda uma briga na justiça.

Quem também entra na lista é o Fortaleza que rompeu relações com a Torcida Irmandade Tricolor e a Torcida Unida do Fortaleza, após estas se envolverem em atos de violência praticados após o jogo contra o Corinthians pela semifinal da Sul-Americana. Na confusão que ocorreu no dia 29 de setembro, ao menos três torcedores foram presos e dois revólveres de calibre 38 e 26 foram apreendidos.

Relação entre clubes e torcedores está desgastada?

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Conflitos entre torcedores, clubes e dirigentes sempre existiram e sempre vão existir, mas clubes literalmente rachando com sua torcida, que deveria ser o patrimônio principal e inegociável do clube, realmente chama atenção para um momento inédito e estranho que o esporte está vivendo. Ainda não consigo ter a dimensão de onde essa quebra de braço pode resultar, mas confesso que me preocupa o rumo que isso tá tomando.