Adesão expressiva sinaliza nova era no futebol do Brasil

Em uma iniciativa inédita no futebol nacional, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta segunda-feira (17) que iniciará a construção do modelo de Fair Play Financeiro no Brasil. A medida conta, até agora, com o apoio de 27 clubes e 8 federações estaduais, que confirmaram participação no Grupo de Trabalho (GT) responsável por elaborar o Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF).

Presidente da CBF, Samir Xaud. (Rafael Ribeiro/CBF)
Presidente da CBF, Samir Xaud. (Rafael Ribeiro/CBF)

A formação do GT tem como objetivo estabelecer regras que tragam equilíbrio e responsabilidade fiscal às instituições do futebol brasileiro. A primeira reunião está agendada para ocorrer após a disputa do Mundial de Clubes da FIFA. A partir desse encontro inicial, o grupo terá o prazo de 90 dias para entregar a proposta final do regulamento. Segundo a CBF, o projeto é coordenado por Ricardo Gluck Paul, vice-presidente da entidade, e tem como princípios norteadores a transparência e o diálogo coletivo.

Entre os clubes que já aderiram ao grupo estão 15 da Série A, como Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Botafogo e Grêmio, além de 12 da Série B, como América-MG, Goiás, Avaí e Paysandu. O grupo também reúne federações de oito estados, incluindo Minas Gerais, Paraná, Alagoas e Santa Catarina. A diversidade de participantes é vista como essencial para garantir um regulamento equilibrado e que contemple as diferentes realidades do futebol nacional.

O presidente da CBF, Samir Xaud, destacou que esta será uma das marcas da nova gestão: “Nossa prioridade é enfrentar os problemas estruturais com seriedade. Para isso, precisamos criar um ambiente mais saudável financeiramente. O engajamento dos clubes e federações mostra que estamos trilhando o caminho certo.”

Especialistas darão apoio técnico

Nos próximos dias, a composição final do GT será definida. A CBF também irá realizar reuniões com especialistas independentes, que atuarão como consultores voluntários nas áreas de finanças, governança, direito desportivo, contabilidade e administração esportiva. A ideia é agregar conhecimento técnico e pluralidade à formulação do SSF.

A estrutura do grupo de trabalho será construída de modo a representar diferentes regiões do país e modelos de gestão. Segundo Ricardo Gluck Paul, o foco está em elaborar um regulamento com legitimidade e excelência técnica: “O futebol brasileiro precisa, com urgência, de responsabilidade financeira. Não podemos mais perder tempo.”

Nova fase para o futebol brasileiro

Presidente da CBF, Samir Xaud é defensor da implantação do Fair Play. (Rafael Ribeiro/CBF) (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

A portaria que institui o GT foi assinada por Samir Xaud em 9 de junho, dando início oficial ao processo. O movimento representa uma tentativa concreta da CBF de profissionalizar e modernizar a gestão dos clubes brasileiros, algo que há anos é cobrado por especialistas, torcedores e pelo próprio mercado.