A diretoria do Atlético-MG teve bastante trabalho neste ano de 2020 e, com Alexandre Mattos à frente da direção do futebol pouco antes da pandemia interromper o calendário brasileiro, vários jogadores deixaram a Cidade do Galo. Com o elenco deJorgeSampaoli quase fechado (o clube ainda busca um centroavante no mercado detransferências após as chegadas de Bueno, Junior Alonso, Léo Sena, Alan Steven Franco, Marrony e Keno), a impressão era que o vai e vem terminaria. Ledo engano.
Com a chegada do mês de julho, este cenário mudou. Na rota contrária, há vários jogadores com vínculo se encerrandono fim de 2020 e quejá podem assinar um pré-contrato com qualquer clube, o que significariadeixar o Atlético de graça em dezembro. Alguns desse grupoainda nãoforam procurados para tratar de uma eventual renovação, enquanto queoutros tem situação complicada por não se encaixarem nas características pedidas por Sampaoli.
Começando pelo gol. O ídolo Victor tem 37 anos e recebe um salário elevado para o plantel alvinegro. No Atlético há mais de 8 anos, conquistou diversos títulos e foi titular da meta ao longo de todo esse tempo, mas, com a chegada de Sampaoli, é considerado reserva. O argentino quer um arqueiro que trabalhe melhor a pelota com os pés e, por isso, está observando o mercado nacional e sul-americano por um novo camisa 1 – lembrando que Rafael desembarcara praticamente na mesma época que o treinador assumiu o comando.
Com a busca iminente por mais um arqueiro, esta deve ser sua última temporada de Victor como jogador do Galo. Ele ainda não foi procurado para conversar sobre uma possível renovação e pode receber um convite para um cargo diretivo dentro do clube ao término de seu contrato.
Na lateral, o experiente Fábio Santos é outro que ainda não foi procurado para renovação. Com 34 anos e um alto salário (cerca de R$ 300 mil reais), o ala esquerdo sempre conviveu com críticas. Após a chegada de Guilherme Arana, então, amarga o banco de reservas na Cidade do Galo. Ele vem treinando de zagueiro com Jorge Sampaoli – em um esquema de três defensores – e não tem sua permanência garantida na próxima temporada.
A situação de Cazares, talvez, seja a mais complicada dentre todos os jogadores em reta final de contrato. O Galo já vem buscando uma renovação desde o final do ano passado e o meia, juntamente com seu estafe, vem dificultando há meses um avanço, visando sua permanência. O caso do equatoriano já virou novela e, devido aos vários problemas extracampo, tem sido oferecido para diversos clubes brasileiros e sul-americanos.
Cazares teve momentos de gênio dentro de campo, porém, na mesma proporção de talento, uma facilidade enorme também para arrumar problemas fora dele. Foram inúmeras as polêmicas do camisa 10, que já virou até caso de Polícia nos últimos meses. O Atlético tem a difícil missão de não sair no prejuízo com o armador, que tem seu destino traçado cada vez mais longe da Cidade do Galo.
Na frente, temos Diego Tardelli. O contrato do atacante de 35 anos também se encerra no fim da temporada, porém o papel conta com uma cláusula de renovação automática que pode ser acionada caso ele alcance metas pré-estabelecidas por mais um ano. Como a temporada ainda está longe de terminar, ainda é muito cedo para afirmar se Tardelli fica ou não no Galo na próxima temporada.
O que se sabe hoje é que, com nomes como Michael, Hulk, Hernández, Zé Welison, Martínez, Edinho, Clayton, Di Santo e Ricardo Oliveira fora dos planos de Sampaoli, o Galo reúne 29 atletas para a mini pré-temporada em meio à pandemia. Com um goleiro e um camisa 9 ainda por vir, esse plantel tem tudo para chegar à marca de 31 jogadores, número ainda considerado elevado pelo argentino. As próximas semanas prometem bastante novidade quanto à reformulação em Belo Horizonte.