Na última quinta-feira (22), os clubes da Série A e B se reuniram por meio de uma conferência virtual para debaterem a formação de uma liga. Porém, a conversa acabou esquentando o sangue de dois dirigentes que por falta de um consenso sobre determinado tema, acabaram entrando em choque. O bate-boca foi protagonizado pelo CEO do Athetico, Mário Celso Petraglia e o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.

Foto: Divulgação Site Oficial Clube Athletico Paranaense
Foto: Divulgação Site Oficial Clube Athletico Paranaense

O ápice da fervura aconteceu quando Bellintani apontou que a reunião deveria ser presencial. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, nesse momento, Petraglia perdeu a linha e já emendou: “Se fosse presencial, tá tinha acabado porque eu teria metido a mão na sua cara”. O dirigente do Furacão confirmou embate ao UOL Esporte: “Os autores divergem. Há divergências naturais do processo. Tudo isso é verdade. Aconteceu. É o meu jeito. Eu não sou politicamente correto”, afirmou o CEO.

Tudo começou quando a pauta lançada aos participantes abordava sobre o processo de tomada de decisão envolvendo a liga. Os clubes ainda nem abriram conversas sobre cota, o momento, é analisado e debatido, envolve a organização da governança, dos cargos e da estrutura do estatuto que os clubes planejam assinar em agosto. Ao criticar o fato de que empresas terem sido ouvidas na primeira reunião da liga, erro que já foi admitido pelos representantes dos clubes, Bellintani cravou que duas empresas foram indicações de Petraglia. Foi o estopim para a ameaça de socos e tapas do dirigente do Rubro-Negro.

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia – Foto: Flickr Oficial Esporte Clube Bahia

Bellintani chegou a dizer que Petraglia não poderia fazer o que bem entendesse. No entanto, o presidente do Bahia minimizou o clima tenso e disse que a situação vivida é algo normal em um debate: “Quando 40 clubes se reúnem, as pessoas mostram suas diferenças de pensamento. Mas o trabalho tem que continuar, independentemente das diferenças. É encontrar a convergência. É normal que no ambiente de 40 presidentes cada um tem seu jeito de pensar. É importante que a coletividade esteja preponderante e não cada um, individualmente”, declarou ao UOL ESPORTES.

Petraglia também deu seu tom contemporizador após a tensão: “Entendo que os caminhos devem ser de uma forma e outros entendem de forma diferente. Houve um conflito de entendimentos. Tenho certeza que a intenção dele [Bellintani] é contribuir, fazer o melhor para o futebol. O que eu estou voltado é para o bem do futebol de forma coletiva. Porque não tenho mais o que fazer individualmente. O futebol brasileiro precisa ser um continente e não um arquipélago. Eu já fracassei como dirigente de clube por N vezes em criação de liga nacional, regional, estadual… As vaidades, o poder, a divisão, as segundas intenções conflitam. Estou preocupado e tenho deixado clara a minha visão. Se não conseguirmos fazer a liga neste momento, virá o atestado de fracassado”, explicou.