Após o presidente do STJD, Paulo César Salomão Filho, acatar parcialmente os pedidos de Fluminense e Botafogo para adiar as partidas da 4ª e 5ª rodadas para o próximo domingo (28) e quarta-feira (1), respectivamente, o Tricolor das Laranjeiras já começa a se preparar para o duelo contra o Volta Redonda, no domingo, às 19h, no Maracanã. Vale lembrar que com a decisão do tribunal, a Ferj teve que remarcar as datas das equipes envolvidas, já que anteriormente, a partida esta marcada para o dia 22 de junho.
Quem falou com a imprensa na tarde desta terça-feira (23) via vídeo conferência, foi Hudson. O volante revelou ser uma situação nova tudo isso que todos estão passando, desde os jogadores até aos jornalistas. Além disso, o medalhão disse que é preciso assimilar logo o que é passado nos treinamentos para poder desempenhar um bom futebol na hora do jogo. O atleta também afirmou que entende a volta do futebol, por mais que ainda não seja o momento ideal na sua visão, mas que não se conforma que as partidas estejam sendo realizadas no Maracanã; do lado de fora do estádio, há um hospital de campanha e muita gente está vindo a óbito.
“Estamos tendo que nos readaptar e tentar encaixar isso tudo de uma maneira que possamos nos treinamentos e no primeiro jogo desempenhar bem e atuar em alto nível, como um grande clube precisa. É lógico que é muito difícil jogarmos futebol, que é o esporte do país, que comove o país inteiro, que é a paixão de milhares de torcedores que vivem por isso e parecer que não está acontecendo nada lá fora. O maior exemplo disso é o Maracanã, que tem um hospital de campanha dentro do complexo e a gente fazer um gol e ter uma pessoa morrendo do lado. Isso é, no mínimo, estranho, sem humanidade. É não pensar no próximo. A gente tem noção das coisas quando acontece perto da gente, com um familiar, com um parente próximo, e talvez as pessoas responsáveis por toda a programação, pelo calendário, não estejam agindo com a maior humanidade possível, estejam agindo por interesses externos e internos”.
Além da preocupação com a saúde de todos os envolvidos, o jogador apontou outro fator pelo qual a volta do Campeonato Carioca não é benéfica nesse momento para nenhum dos clubes, especialmente para os quatro grandes. O veterano alega que boa parte dos campeonatos estaduais terão seu início entre o final de julho e começo de agosto e estarão bem adaptados para o Brasileirão. Para o volante, começar o Estadual do Rio de Janeiro bem antes dos demais pode fazer com que as equipes Rio de Janeiro terminem cedo o Campeonato Carioca e tenham que esperar um bom tempo até o Brasileiro começar, perdendo ritmo de jogo.
“É uma questão de lógica, bom senso, saber que os outros estaduais vão começar em meados de julho e vão terminar começo de agosto e o Carioca podendo terminar muito antes, com duas, três semanas de antecedência. Podemos ficar esse mesmo período sem jogos, o que traz dificuldade em ritmo de jogo, sequência, padrão tático/técnico da equipe. O time com ritmo de jogo e sequência tem tendência em desempenhar melhor. Ficamos meio sem entender essa pressa com essa volta tão precoce, no momento em que se atinge o segundo maior número de mortes no Brasil. Mas estamos aqui para cumprir nossas obrigações. Estou louco para voltar a jogar, mas é um momento que poderíamos esperar um pouco mais”, concluiu.