O Guarani teve uma arrancada impressionante na Série B desta temporada. Antes dado como time certo ao rebaixamento para a Série C, por alguns, o clube bugrino conseguiu seis vitórias em sete partidas, o suficiente para subir para o meio da tabela. Agora, faltando apenas uma rodada, a equipe não corre mais risco algum de queda e apenas cumpre tabela, contra a Chapecoense.
O Bugre segue em sua luta, que já dura anos, de voltar para um lugar em que já foi protagonista: a Série A. Os paulistas, inclusive, já venceram a competição em 1978, quando tinham Zenon como grande comandante técnico da equipe. É o único time do interior a alcançar esse feito. Além do título, o time que já revelou jogadores como Evair, Careca, Neto e João Paulo chegou muito longe em muitas edições do Brasileirão nos anos 80 e 90. Em uma delas, foi à semifinal e ainda teve um dos artilheiros da competição: Amoroso.
No Campeonato Brasileiro de 1994, no ano do Tetra, o atacante do Guarani terminou a competição como maior marcador, junto com Túlio Maravilha, do Botafogo, deixando para trás jogadores como Evair, Rivaldo, Reinaldo, Edmundo, Sávio, Marcelo Ramos e Marcelinho Carioca. Na ocasião, os dois foram às redes em 19 oportunidades. Amoroso, inclusive, ganhou a Bola de Ouro, da Revista Placar, como o melhor jogador da competição. Até hoje, é o único jogador da história do Alviverde Campinense a conseguir tal honraria.
Amoroso não estava sozinho. O time do Bugre era muito forte. A equipe possuía ainda jogadores como Luizão e Djalminha. Ambos foram convocados por Felipão para a Copa de 2002, porém o segundo foi cortado por um ato de indisciplina às vésperas do Mundial. Kaká, na época no São Paulo, foi chamado no lugar. Porém, quem acha que o melhor jogador do Brasileirão de 1994 foi esquecido, se engana. O futebol apresentado no Guarani foi só o começo e ele também apareceu na Seleção Brasileira alguns anos depois. O jogador, inclusive, foi campeão da Copa América de 1999 com o Brasil, marcando quatro gols.
Djalminha, a grande estrela do time, acabou vendido logo no começo do Brasileirão para o futebol japonês. Então, a dupla Amoroso e Luizão entrou em ação. Na primeira fase da competição, os paulistas se classificaram com tranquilidade em primeiro lugar de seu grupo, com destaque para a goleada sobre o Santos de Neto, Macedo, Paulinho Kobayashi, Guga e Gallo, por 4 a 0. Os campinenses venceram com dois gols de cada um da dupla fantástica.
O Guarani surpreendeu a todos e fez a melhor campanha da segunda fase, deixando o favorito Palmeiras para trás, emplacando 17 partidas de invencibilidade. Com certeza, a dupla foi determinante para isso. Amoroso e Luizão foram responsáveis por 28 dos 45 gols marcados na competição inteira.
Nas quartas-de-final, o todo poderoso São Paulo de Telê também não conseguiu bater de frente com o Bugre. O Tricolor vinha do Bicampeonato da Libertadores e do Bimundial também. A equipe, apesar de ter perdido muitos jogadores em 1994, ainda tinha atletas como Zetti, Cafu e Palhinha. Esse último marcou o gol da vitória do São Paulo no primeiro jogo pelo placar mínimo, porém, na volta o Guarani venceria por 4 a 2, mas perderia Amoroso, por lesão.
Amoroso está entre os cinco maiores jogadores da história do Guarani?
Amoroso está entre os cinco maiores jogadores da história do Guarani?
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Sem o camisa 10, o Bugre enfrentaria logo o Palmeiras na semifinal. Ele fez falta! Após sair na frente com Júlio César, o Verdão, que terminou campeão, virou a partida com o zagueiro Cléber e Zinho. Depois, Evair fez mais um. Na volta, Rivaldo aumentou a vantagem para o Palmeiras e Fábio empatou no fim. Porém, o meio-campista palmeirense fez mais um e definiu o fim do sonho do Bi Campinense.
Talvez se tivesse Amoroso, a história pudesse ser diferente. Não sabemos. Mas o fato é que o camisa 10 só não fez chover neste ano. A eliminação não apagou tudo o que esse time do Guarani fez. Um dos melhores que já vimos!
Depois, o atacante iria para a Itália para brilhar com a camisa da Udinese e do Parma, para mais para frente também ir muito bem na Alemanha, com o Borussia Dortmund. Em 2005, Amoroso voltaria ao Brasil e seria campeão da Libertadores e do Mundial com o São Paulo.