O calendário do futebol feminino brasileiro deverá ficar mais movimentado no próximo ano, 2022 será o ano da estreia da Supercopa do Brasil de Futebol Feminino. O anúncio da criação da nova competição foi feito em fevereiro deste ano, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas foi apenas na última segunda-feira, (06), que a confederação informou quais equipes vão participar do torneio inédito.

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF | Corinthians e Flamengo estão entre os times que disputarão a Supercopa Feminina do Brasil
Foto: Thiago Ribeiro/AGIF | Corinthians e Flamengo estão entre os times que disputarão a Supercopa Feminina do Brasil

A primeira edição da competição nacional contará com o atual campeão brasileiro Corinthians, com Cruzeiro, Esmac (PA), Flamengo, Grêmio, Internacional, Palmeiras e Real Brasília. Para determinar os competidores do torneio foram escolhidos pela CBF os oito clubes melhores acompanhantes, incluso um clube por estado, entre os 12 melhores para o Campeonato Brasileiro Feminino A1 e os quatro melhores para o Campeonato Brasileiro Feminino A2. Caso não sejam preenchidas as oito vagas por estes critérios, a Federação melhor ranqueada no RNF / FF terá direito a duas vagas.

A primeira fase será as quartas de final, que será disputada no domingo, dia 6 de fevereiro. As semifinais acontecem na quarta-feira (09), e a grande final será no domingo (13). Todas as fases serão disputadas em mata-mata, no caso de empate a decisão será nos pênaltis. Já o mando de campo será definido ou pelo ranking das federações, ou pelo ranking de clubes. Caso os times estejam empatados nos dois critérios, um sorteio definirá o mandante.

Foto: Thiago Calil/AGIF | Campeão do Brasileirão, O Corinthians garantiu a vaga na Supercopa do Brasil de Futebol Feminino

A competição é mais um dos avanços para o futebol feminino do Brasil que, mesmo sendo jogado há mais de um século no país, só foi legalizado há pouco mais de 25 anos. Vale lembrar que a prática deste e de outros esportes por mulheres foi proibido por quatro décadas em nossa nação. Os primeiros clubes femininos só surgiram em 1983, sendo eles o Radar, no Rio de Janeiro e o Saad, de São Paulo. Os times grandes só pintaram no cenário do futebol feminino na década de 1990, com o São Paulo e o Santos. Já o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino organizado pela CBF aconteceu apenas no ano de 2013. Atualmente é realizada também a segunda divisão do Brasileiro e as competições de base.

A CBF criou um regulamento determinando que todas as equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro Masculino precisam ter um time feminino adulto e, pelo menos, uma categoria de base. Medida que se baseou na postura inicial da CONMEBOL, que impôs a necessidade de ter esses times femininos para os clubes estarem habilitados a participar da Libertadores e Copa Sul-Americana.

Foto: Joao Vitor Rezende Borba/AGIF | As mulheres seguem conquistando espaço no futebol

Ainda há muito o que se conquistar para garantir que as mulheres esportistas tenham visibilidade e oportunidade como jogadoras. É claro que não seria fácil, tendo em vista o contexto histórico e cultural ao qual essas mulheres foram inseridas, mas existe uma iniciativa mundial para que haja equidade na prática esportiva, uma delas é o projeto desenvolvido pela Fifa. Uma espécie de cartilha chamada “Estratégia Global para o Futebol Feminino”, que busca criar uma estrutura mais sólida para o futebol feminino, explicando como é feito o trabalho com as confederações, clubes, entidades e imprensa, a fim de alavancar essa modalidade, além de apresentar o potencial do Futebol Feminino. E é pensando nesse futuro mais igualitário que a Supercopa do Brasil de Futebol Femininoentra, mesmo sendo um torneio curto, será mais uma oportunidade de garantir essa representatividade feminina.