O futebol dos Estados Unidos deu um grande passo histórico. A Federação Americana de Futebol, a US Soccer, anunciou nesta última terça-feira (22) que fez um acordo em que se compromete a pagar valores igualitários as seleções femininas e masculinas. Além disso, ganharão uma compensação de cerca de 24 milhões, cerca de R$ 121,5 milhões na cotação atual para dezenas de jogadoras e até mesmo ex-atletas pelos anos de desigualdade entre às duas categorias.
A advogada Manica Sapucaia Machado, especialista em complicante de gênero falou sobre a importância dessa tomada atitude: “Um país culturalmente capitalista, como os EUA, acorda-se que as mulheres receberão salários iguais aos homens se eleva, automaticamente, a importância econômica do esporte feminino. Empodera as mulheres, mas também produz mais valor ao esporte como um todo, porque não irão baixar os salários dos homens e sim aumentar os das mulheres, logo aumentará o investimento no esporte.”
A discussão nos Estados Unidos pelo assunto começou em 2019, quando o sindicado que representa as jogadoras da seleção feminina americana entrou com uma ação na Justiça contra a US Soccer alegando discriminação de gênero. Na época, Megan Rapinoe, uma das maiores estrelas do futebol feminino americano, acusou a Federação de se recusar a pagar seus atletas de forma igualitária.
Vale ressaltar, que a seleção feminina dos EUA, é uma das mais vitoriosas da categoria, sendo tetracampeã mundial e sempre brigando pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Contudo, apesar de todo o prestígio, a desigualdade entre homens e mulheres que atuam no futebol é vista, pois, elas recebem bem menos que eles.
Para se ter noção dessa falta de igualdade, em 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil, a seleção masculina dos Estados Unidos foi eliminada nas oitavas de final da competição e mesmo assim, receberam cerca de 4,5 milhões de euros, em torno de R$ 25,8 milhões na cotação da época. Enquanto as jogadoras campeãs naquele ano, receberam apenas 1,45 milhões, cerca de R$ 8,3 milhões.
Após a anunciação por parte da US Soccer, uma das pioneiras do movimento, Megan Rapinoe usou suas redes sociais para comemorar o grande passo de igualdade para o futebol feminino americano. A atacante usou a seguinte palavras: “When we win, everyone wins!” — Traduzindo, é: “Quando nós vencemos, todos vencem!”
Dando continuidade no assunto, mas voltando os ‘olhares’ para o futebol brasileiro. Pelo menos aqui, a seleção está a frente de outros países, em setembro de 2020, a Confederação Brasileira de Futebol, anunciou que homens e mulheres receberiam o mesmo valor de diárias enquanto atuarem com a camisa Canarinho, além das premiações equivalentes em campeonatos nacionais.
Mônica Sapucaia ressaltou novamente a importância de mudanças e que todos promovam a igualdade entre mulheres e homens no futebol. Mas em sua visão, para isso acontecer, é necessário promover iniciativas como a que foi feita nos Estados Unidos não fique somente nas seleções, mas em todos os clubes.