A filosofia que guia uma geração
No braço esquerdo de Ana Morganti, goleira da Seleção Brasileira Sub-17, uma palavra define sua trajetória: “Acredite”. Mais do que uma tatuagem, o termo virou um mantra que inspira a atleta dentro e fora de campo. Com essa mentalidade, a camisa 1 foi protagonista na classificação histórica do Brasil para as semifinais da Copa do Mundo no Marrocos. “É sobre crença e fé, que acho que é o que move a gente sempre”, contou a goleira à CBF TV.

A tatuagem foi feita após o título do Brasileiro Sub-17 com o Corinthians, mas ganhou novo significado no Mundial. Contra o Canadá, Morganti mostrou frieza e coragem ao salvar o Brasil em momentos cruciais, inclusive em um lance improvável fora da área. “Foi um misto de emoções, mas é resultado de muito treino e confiança. Por mais que pareça improviso, é treinável”, afirmou. A goleira também brilhou nas penalidades, defendendo com a canela o chute que manteve viva a esperança da Seleção.
Morganti reforça que sua fé em si mesma é parte essencial do seu desempenho. “Quando o jogo acabou, eu já acreditava que ia defender um pênalti. Não sabia quantos, mas sabia que ia dar certo. Eu acredito muito em mim”, disse. Para ela, cada defesa é uma tradução prática da palavra tatuada no braço. O gesto simboliza a maturidade emocional da goleira, que se tornou um dos pilares da equipe comandada por Rilany Silva.
O caminho até o topo
Natural de São Paulo, Ana começou no futebol em uma escolinha de bairro e passou por projetos como o Centro Olímpico e o Meninas em Campo, até chegar ao Corinthians. “Eu fui para o gol por acaso. Saltei numa bola e falaram: ‘ela tem coragem’. Foi ali que percebi que era isso que eu queria pra minha vida”, relembra. Morganti destaca que a sensação de “voar” nas defesas é o que a mantém apaixonada pelo futebol.
A goleira acredita que o sucesso do Brasil Sub-17 é fruto da união e da mentalidade do grupo. “A gente não chegou entre as quatro melhores do mundo por sorte. Existe muito trabalho e foco. Seguimos acreditando no nosso objetivo”, destacou. Para ela, o DNA do futebol brasileiro é algo único: “Temos o futebol no sangue. É especial ver tantas jogadoras talentosas mostrando isso para o mundo.”
Morganti não esquece de onde veio. A goleira faz questão de valorizar o papel da família em sua formação. “99,9% da pessoa que eu sou, devo à minha mãe, ao meu pai e ao meu irmão. Eles sempre me apoiaram em tudo”, disse. O sobrenome Morganti, segundo ela, carrega força e inspiração herdadas da avó. “A família que eu tenho me fez ser quem eu sou e me dá coragem para acreditar.”
Rumo à final
A Seleção Brasileira Sub-17 encara a Coreia do Norte nesta quarta-feira (5), às 12h30 (de Brasília), no Estádio Olímpico de Rabat, com transmissão de CazéTV e FIFA+. “Seguimos confiantes e preparadas. Cada jogo é uma prova de que podemos superar desafios e conquistar algo grande”, afirmou Morganti. Serenidade e fé guiam a goleira que, mais uma vez, leva tatuado no braço e no coração o lema que inspira o grupo: “Acredite”.