Brasil faz história e chega entre as quatro melhores do mundo
A Seleção Brasileira Feminina Sub-17 escreveu um dos capítulos mais marcantes da história do futebol feminino de base. Neste sábado, no Estádio Olímpico de Rabat, no Marrocos, o Brasil venceu o Canadá nos pênaltis e garantiu vaga inédita nas semifinais da Copa do Mundo Sub-17. O triunfo, decidido após empate no tempo normal, teve como destaque a goleira Ana Morganti, do Corinthians, que defendeu uma das cobranças. Foi um resultado simbólico, fruto de personalidade, entrega e maturidade competitiva.
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A treinadora Rilany Silva comemorou a conquista histórica ressaltando o papel transformador do grupo dentro do futebol feminino. “É uma classificação inédita, uma conquista muito delas. O que elas estão construindo é muito incrível. Mentalidade, deixar um legado importante para a modalidade e para as próximas gerações que vão estar na Sub-17. Elas estão elevando o nível, e quem chegar aqui agora vai ter um desafio enorme, porque a mudança da mentalidade está sendo muito grande”, afirmou.
Apesar do domínio brasileiro durante os 90 minutos, o empate levou a decisão para os pênaltis, um cenário que exigiu frieza e concentração. Rilany explicou que o grupo estava preparado emocionalmente para qualquer situação. “A decisão por pênaltis não era algo que a gente esperava. Esperávamos decidir o jogo nos 90. A decisão dos pênaltis me tira um pouco do controle, é muito sobre elas, o que estão sentindo e decidindo. A fala que a gente teve foi sobre convicção: seja onde for bater, tenha convicção do que vai fazer”, explicou a técnica.
Kaylane e Rilany Silva. Foto: Fabio Souza/CBF
Morganti mostra segurança e vira símbolo da equipe
Um dos nomes mais comentados da partida foi Ana Morganti, que novamente demonstrou segurança e liderança mesmo sob pressão. Rilany exaltou a postura da goleira nos momentos decisivos. “Na hora que terminam os pênaltis, a Morganti está com um sorriso no rosto. Isso nos deixa muito mais confortáveis, porque é uma menina que sabe lidar com a pressão o tempo todo. A gente fica mais confiante quando vai para os pênaltis com a Morganti, mas não precisamos deixar chegar nesse ponto no jogo”, brincou a treinadora.
A atacante Andreyna também foi destaque da classificação ao ser eleita a melhor jogadora da partida. A técnica fez questão de reconhecer a evolução emocional da atleta. “Cada uma vai construindo sua história. A Andreyna saiu de um momento muito difícil contra a Costa Rica, quando teve a falha que resultou no gol delas. Ela saiu abalada, mas teve a capacidade de se reinventar três dias depois contra a Itália, fez um grande jogo, e hoje fez outro ainda melhor. Isso mostra o quão especial e incrível ela é”, completou Rilany.
O desempenho da equipe mostra o amadurecimento do grupo ao longo da competição. A solidez tática, o controle emocional e a força coletiva têm sido os pilares do sucesso. Para Rilany, essa trajetória é reflexo de um processo consistente de formação. A treinadora destacou que a equipe “não apenas joga bem, mas também representa uma nova mentalidade do futebol feminino brasileiro”, com jogadoras comprometidas e cientes da responsabilidade que carregam.
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Brasil mira a semifinal com confiança e ambição
Com a classificação garantida, o Brasil enfrentará a Coreia do Norte na semifinal, em confronto que promete intensidade e emoção. A vitória sobre o Canadá consolidou o espírito competitivo da equipe e reforçou a confiança no projeto conduzido por Rilany Silva. Mais do que uma conquista esportiva, a campanha da Seleção Sub-17 simboliza uma nova era do futebol feminino nacional, marcada por talento, disciplina e visão de futuro.
