A eliminação no Mundial de Clubes da Fifa ainda na semifinal – em derrota para o Al Hilal por 3 a 2 – trouxe uma grande sequela ao Flamengo. Afinal, o vice-presidente de futebol Marcos Braz e o presidente Rodolfo Landim apostaram na troca de comando desde a saída de Dorival Júnior por acreditarem no projeto de Vítor Pereira.
O que se vê após um mês, todavia, são fracassos na Supercopa do Brasil e na competição no Marrocos, onde o Flamengo jogará neste sábado (11) por um honroso 3º lugar. Na primeira competição, perdida em Brasília, o Flamengo foi batido peloPalmeiras de Abel Ferreira, que se consolidou como o técnico mais longevo do futebol por aqui.
Em mais de dois anos, Abel conquistou sete títulos pelo time paulista. E como era de esperar, o português foi questionado – após a vitória por 2 a 0 sobre a Inter de Limeira pelo Campeonato Paulista -, na última quinta-feira (9), sobre a decepção do Flamengo no Mundial, algo que o Palmeiras também passou em 2021.
Na época, o Alviverde foi derrotado na semifinal pelo Tigres, do México, e terminou em 4º após perder para o Al Ahly, exatamente o adversário do Mengão neste sábado. “O Flamengo ficou sem um jogador cedo, isso certamente condiciona toda a história do jogo”, analisou, a princípio, lembrando a expulsão de Gerson antes do intervalo.
Sem demagogias, Abel crê que os clubes brasileiros sofrem com o calendário, uma vez que o Mundial acontece no início da temporada por aqui, ao contrário do que ocorre na Europa e em outros mercados pelo mundo.
“O futebol brasileiro foi considerado o mais competitivo do mundo. Não estou defendendo ninguém, mas os campeonatos europeus começam no meio do ano, nós começamos a treinar em janeiro e pegamos logo o Mundial, como aconteceu conosco e com o Flamengo. Eles (europeus) já estão em velocidade de cruzeiro. Porsi só, é desigual. Nós estamos decolando ainda, é uma dificuldade que nós temos”, reconheceu Abel em declaração que chegou aos jornais de Portugal.
Outro ponto enfatizado pelo técnico do Palmeiras de maneira a defender o Flamengo foi a qualidade dos gramados no Brasil em relação aos do Velho Continente.
“Há aspectos que temos que melhorar, sim. Gramados bons, tempo de descanso… Eu venho de um micro-ciclode jogar às 19h30, 20h30, agora, passando dois dias, me metem para jogar às 11h em um campo que, segundo me disseram, está uma vergonha. Isso tem que ser cuidado. Temos que ter a preocupação de ter todas as condições de proporcionar um espetáculo. Mas se o gramado está uma vergonha, que foi o que me disseram, troca. Não pode jogar ali. Na Europa, se a grama estiver 2cma mais, é multado, não pode jogar lá. É muito sério”, completou o português.
O Flamengo enfrentará o Al Ahly neste sábado, às 12h30 (horário de Brasília), em Tânger, pela disputa do 3º lugar do Mundial da Fifa. Para o confronto, Vítor Pereira deverá promover mudanças. Gerson (suspensão), Filipe Luís e Léo Pereira (lesionados) não jogam, enquanto que Matheuzinho pode ser “sacado” também do time titular.