A Seleção Brasileira masculina de vôlei começa a sua caminhada no Campeonato Mundial nesta sexta-feira (26) contra Cuba, na cidade deLjubliana, na Eslovênia. Para o torneio, o Brasil conta com o importante reforço de Wallace para somar a um time já experiente, que tem Bruninho, Leal e Lucarelli entre os principais nomes. No entanto, o técnico Renan Dal Zotto alterou o formato daconvocação e confirmou que irá manter o polêmico rodízio de líberos. Confira uma análise sobre o time brasileiro que disputa o Mundial!

Análise: Retorno de Wallace é um dos trunfos da Seleção no Mundial de vôlei
Análise: Retorno de Wallace é um dos trunfos da Seleção no Mundial de vôlei

Experiênciaentre os titulares

Experiência não falta para o time brasileiro. Ainda mais, quando se trata de Mundial: foramcinco finais seguidas nas últimas edições do torneio – três títulos e dois vices. Entre os veteranos, a maioria deverá integrar os titulares, casos de Bruninho (36 anos), Wallace (35 anos), Leal (33 anos) e Lucarelli (30 anos). Lucão, outro nome de longa história na Seleção, retorna de lesão e foi garantido de última hora na lista final. A partir deste Mundial, haverá um dia de descanso entre os jogos, possibilitando um tempo maior de recuperação aos atletas.

Seleção disputou amistosos contra a França na última semana. Reprodução/Instagram oficial da CBV

Retorno de Wallace

Como grande novidade no elenco, está o retorno de Wallace. Após os Jogos de Tóquio, o atleta anunciou a sua aposentadoria da Seleção, mas se colocou à disposição com os problemas de lesões na função de oposto. Na Liga das Nações, Renan levou somente um oposto (Darlan, de 20 anos) após as lesões de Alan e Franco. A escolha gerou críticas, inclusive de Bruninho, declarando dificuldadepara realizar inversão de jogo sem outra opção.

Em entrevista aoBolavip Brasil, Daniel Bortoletto, editor-chefe do siteWeb Vôlei, destacou que o oposto continua em alta.”Qualquer time do planeta gostaria de ter o Wallace. Não é o nome de Wallace, mas o desempenho dele na temporada passada. Ele foi um dos destaques do Sada/Cruzeiro, a idade não pesou, continuou jogando bem e, se ele não tivesse se despedido após às Olimpíadas, estaria sendo convocado normalmente. […]É um jogador que sabe os atalhos, destaque de várias conquistas do Brasil, o que eu temo é a falta de ritmo de jogo. Ele vem de férias evai ter que ganharritmo dentro do Mundial”, avalia.

Convocação com mais opostos, menos centrais

Com a volta de Wallace, Renan decidiu convocar um oposto a mais do que o habitual. O elenco conta com o veterano, Darlan e Felipe Roque na posição. Por outro lado, houve um central a menos chamado: Lucão,Flávio eLeandro Aracaju foram os convocados. Isaac pediu dispensa para tratar um problema nas costas e não teve substituto. A decisão pode impactar na falta de reserva se algum jogador se lesionar durante a competição, entendeBortoletto.

“Eu não entendo a opção por três opostos nessa lista de 14, eu não consigo achar uma explicação para levar somente três centrais e três opostos. Talvez, seja a falta de ritmo de jogo do Wallace. O problema é que o Felipe Roque, outro oposto, não joga há um ano, ele voltou a jogar nos últimos amistosos contra a França. São dois dos três opostos sem ritmo de jogo, e uma competição de tiro curto é preocupante. Não dá para correr o risco de perder um central e não ter um reserva. A posição de central é muito mais difícil de improvisar”, afirma o jornalista, que lembrou de Honorato chegar a serimprovisado como oposto antes.

A preocupação em perder um central se baseia também com na condição física de Lucão. O atleta sofreu uma entorse no tornozelo direito durante os treinamentos e perdeu os amistosos contra a França. Léo, de 20 anos, recebeu uma nova convocação após ser cortado da lista dos 14 jogadores. Com a melhora de Lucão, Léo acabou sendo cortado pela segunda vez.

Rodízio de líberos

Durante os jogos, Renan adotou uma estratégia inusitada entre os dois líberos da Seleção:Thales entra quando precisa dopasse, enquanto Maique retornana hora da defesa. O técnico do Brasil defendeu o método alegando que o time exploraria o melhor das características de cada jogador. Para Daniel, o revezamento limita a evolução dos jogadores no fundamento a ser melhorado.

“Não gosto do rodízio de líberos. Para mim, o líbero precisa ser um atleta completo que passee defenda. Eu acho um luxo muitas vezes você levar dois da posição numa lista de 14. […] Ouvindo especialistas da posição, como Serginho Escadinha, são raros e raros que veem o rodízio como algo positivo. O ideal seria obrigar os dois líberos a serem completos e fazer as duas funções bem, não adianta ser bom passador e não ser bom defensor.Neste caso, você deixa de fazer com que ele cresça em outro fundamento que não vai tão bem”, observa.

No grupo B, oBrasil está ao lado de Cuba, Japão e Catar no Mundial. O torneio irá ocorrer entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro na Polônia e na Eslovênia.