Turbulência pesada no início de gestão
O Corinthians está há cinco meses sob nova direção, porém, o curto período da atual gestão já gerou bastante barulho quanto aos atritos internos. Tanto, que já rendeu a queda de Rubens Gomes do cargo de diretor de futebol.
O pivô para a demissão de Rubão foram as negociações sobre o patrocínio Máster do clube, fechado com a VaideBet. O ex-diretor apontou supostas irregularidades e o presidente Augusto Melo rebateu as acusações em entrevista ao Canal do Benja, divulgada nesta sexta-feira (10).
O mandatário do Parque São Jorge foi além durante a conversa com Benjamim Back e detalhou todos os motivos que fizeram a relação estremecer, já que, embora a questão do patrocinador tenha sido o estopim, inclusive gerando movimentação da oposição, outras situações tornaram a gestão inviável.
“Ele sabia que iria sair. Ele com a assessoria, que está fazendo todo esse estardalhaço, que colocou essa história de que saiu porque cobrou sobre o sub-23, cobrou o colchão, cobrou a VaideBet. Quando saiu a história do colchão, que vazou muitas situações, que se a gente soubesse tiraria fora. Quando teve a história do colchão ele já não tinha mais acesso a nada, não tinha mais autonomia. Desde que contratei o executivo de futebol (Fabinho Soldado) ele não tinha mais autonomia. Ele nunca cobrou, ele saiu falando isso para sair por cima”, iniciou o presidente.
Presidente rebate acusações
Para Augusto Melo, Rubão está prejudicando o Clube com sua postura: “Está manchando a imagem do Corinthians. Minha vida é limpa, é tranquila, vou te mostrar meus extratos. Manda ele mostrar e provar. Se ele tem, por que não mostra? Nós também temos muita coisa, calma, tem coisa que a gente vai deixar ainda mais para frente. O grupo está unido, é bom, estamos criando uma estrutura”.
Na entrevista, o presidente desabafou, afirmando que assumiu problemas que não foram de suas responsabilidades, e assim o fez porque pretende resolver as situações, mas culpou o ex-diretor pela crise no futebol do Clube:
“Sou presidente do Corinthians, estou representando uma nação. Estou aqui para me defender e esclarecer a dúvida do torcedor. Hoje a gente é chamado de amador, de mentiroso. Eu paguei por tudo isso sem fazer nada”, desabafou.
“Quem fez toda essa lambança no futebol foi ele. Eu, como presidente que assumo, como homem que sou, não fiz mas assumi. Uma vez eu disse na cara dele: ‘É melhor você sair, porque minha filha está passando vergonha e não quero que a sua filha passe o que a minha está passando por sua causa”, afirmou Melo.
Da união a gota d’água para demissão
O que chamou atenção foi a revelação de que ambos não eram conhecidos e mesmo assim, Rubão foi chamado para um cargo de peso. Entretanto, o mandatário explica como foi sua escalada para a presidência e o papel de Rubão na caminhada.
“Deixar uma coisa bem clara. Não conhecia o Rubão, cumprimentava, mas nunca tive papos, nunca sentamos. Quando o Citadini, meu nome foi cogitado para presidente, tive uma conversa muito boa com o Osmar Stabile, que é um cara do clube, todo mundo adora, faz o melhor para o clube, sempre foi oposição e trabalhou para o clube. Dei minha palavra a ele que apoiaria, ele sairia para presidente”, explicou.
“Nunca fui político dentro do clube, sempre usei o clube como social com os amigos que cresci junto, aí me levaram para política, virei conselheiro, fiz excelente trabalho na base. Ali meu nome foi cogitado para sair como presidente, abri mão por conta do Osmar. De repente o Osmar desistiu e acabou indo para o Roque Citadini, onde tive o convite de ser vice, e ali conheci o Rubão. Sete anos e não nove como ele fala, foi em 2017. Ele já começa a mentir aí. Foi uma amizade que foi construindo, fiz excelente trabalho como vice do Roque”, completou.
Para finalizar, a gota d’água para a demissão foi exposta: “Ainda como diretor de futebol, Rubão chamou meu diretor de base, o Claudinei, e disse que ele seria o próximo presidente. Pra você ver a trairagem. E depois estava jantando com o Andrés Sanchez pra me derrubar. Isso foi a gota d’água.”